Confira: curiosidades sobre os carros elétricos
Enquanto as vendas de carros a combustão caíram 22% este ano, as dos elétricos subiram 78%. Veja curiosidades sobre esses veículos.
No Brasil, a popularidade dos carros elétricos aumenta devagar, devido a seu alto custo para o consumidor final. Mesmo assim, enquanto as vendas de carros a combustão caíram 22% no primeiro quadrimestre do ano, em comparação com 2021, as dos elétricos subiram 78% – 13 mil unidades foram vendidas no período.
Ao redor do mundo, o avanço dos elétricos ocorre em ritmo mais acelerado. No início deste mês, a União Europeia aprovou um projeto que proíbe a venda de motores a combustão a partir de 2035, o que tem impulsionado as vendas.
A confiança e o interesse por esse tipo de veículo saltam ano após ano: nos resultados da pesquisa EY Mobility Consumer Index (MCI) deste ano, pela primeira vez, mais da metade (52%) dos entrevistados que pretendem comprar um carro disseram que vão escolher um modelo híbrido ou elétrico. O percentual representa um aumento de 11% em relação a 2021 e de 22% se comparado a 2020.
6 curiosidades sobre os carros elétricos
Confira seis curiosidades sobre os carros elétricos, seu funcionamento e tendências para a área da eletromobilidade, explicadas pelo engenheiro Carlos Gabriel Bianchin, especialista do centro de pesquisa, tecnologia e inovação Lactec.
- Manutenção dos veículos elétricos – Segundo as montadoras, um carro elétrico tem 20% das peças de um veículo a combustão, o que significa que sim, o seu custo de manutenção é significativamente menor. Ela consiste, basicamente, em processos de calibração e inspeção dos sistemas elétricos, que não conta com elementos como filtro de óleo, velas de ignição e óleo no motor.
- Tempo de recarga da bateria – O sistema de fabricação das baterias é diferente entre os vários fabricantes. Por isso, é difícil dizer um tempo para recarga da bateria. Depende da capacidade dela, do estado de carga atual, da potência do eletroposto e também da potência do carregador interno ou externo. Existem modelos mais recentes, desenvolvidos para o recarregamento de 80% da capacidade total da bateria em cinco minutos. Enquanto isso, há outros que podem levar três, quatro ou até mesmo dez horas.
- Reutilização da bateria – Em tese, a bateria pode ser reutilizada quando não serve mais para o carro. Porque mesmo uma bateria que não está mais com capacidade de carga total para um carro pode suprir de forma satisfatória a demanda energética de uma casa, que é bem menor. No entanto, ainda não existe uma metodologia que permita esse reuso de forma mais simplificada, para ser aplicado pelos consumidores. O Lactec, por exemplo, está envolvido em projetos que buscam desenvolver essa possibilidade.
- Carro autônomo recarregável com placas solares? – As placas solares têm um índice de eficiência energética muito baixo para isso. Elas convertem, em média, 15% da energia solar que recebem. Para abastecer um carro, teria que ser uma placa muito grande. Mas elas podem ser usadas em veículos elétricos para alimentar algum acessório, alarme, iluminação ou mesmo uma bateria reserva.
- Demanda de energia – Se o País trocasse toda a sua frota para elétrica, o seu consumo de energia elétrica aumentaria em 6%, segundo estudos. Considerando que, a cada ano, o consumo de energia no Brasil aumenta em cerca de 5%, não seria algo muito severo. Já a respeito do preço, como o salto seria pequeno, estima-se que não haveria um aumento muito grande de demanda e nem pressão sobre os preços da energia.
- Recarregamento na chuva – Os eletropostos e a maneira como eles foram projetados permitem que sejam utilizados na chuva e que fiquem expostos ao tempo. Na Europa, por exemplo, é muito comum que os eletropostos fiquem nos acostamentos, sem nenhum tipo de cobertura. A eletricidade só flui quando o conector está perfeitamente encaixado e o veículo autorizou a recarga (handshaking de comunicação). Então, não existe o perigo de levar choque.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.