Compra de veículo novo ou usado exige planejamento financeiro

O ideal é dar a maior entrada possível ou adquirir o automóvel à vista para fugir dos juros altos

A compra de um veículo, usado ou zero quilômetro, é um processo que exige bastante atenção e planejamento. Para muitas pessoas, esse é o bem mais caro que elas já compraram na vida. E se excluir a casa própria, certamente será o bem mais valioso da grande maioria da população. Por isso, não dá para sair comprando por impulso.

O planejamento financeiro deve começar com meses de antecedência. Além do modelo de sua preferência, é necessário avaliar muitas outras questões, como valor do seguro e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), custos de manutenção e consumo de combustível. O gasto com um carro não ocorre somente no momento da compra e você precisa garantir que terá condições de mantê-lo adequadamente.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), diz que o ideal é poupar o máximo possível antes de efetivar o negócio. “Quanto maior o valor da entrada, melhor. E faça o financiamento no menor prazo que puder”, orienta.

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Para realizar um financiamento, os bancos exigem que o valor da prestação não ultrapasse 25% da renda, mas Oliveira recomenda que ela não seja superior a 20% dos rendimentos. E faça essa conta com o salário líquido, o valor que efetivamente é depositado na sua conta corrente. “A pessoa não vive só do carro. Além da prestação, seguro e manutenção, ainda tem os custos da residência, alimentação, saúde e educação”, afirma.

Caso o carro que você pretende comprar tenha prestações muito elevadas ou seja necessário estender o prazo do financiamento, o diretor da Anefac sugere uma compra mais modesta. “É um erro ter um financiamento longo para diminuir o valor da prestação. Nesse caso, o melhor a fazer seria mudar a categoria do carro para um veículo mais barato”, indica. E, segundo o executivo, o prazo não deve ser superior a 36 meses.

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Compra à vista

Em muitos casos, a compra à vista pode ser a melhor opção. Você foge dos juros bancários e de uma dívida de longo prazo. Fora isso, com o dinheiro em mãos, é possível negociar um desconto na aquisição do bem. De acordo com Vitor Meizikas Filho, diretor de operações da consultoria Molicar, consultoria do setor automotivo, esse abatimento deve ser de, no mínimo, 3%. “Com uma boa negociação, pode chegar a até 10%”, garante.

Mas até essa opção precisa ser avaliada com cuidado. Caso o comprador consiga uma boa taxa de juros, é melhor fazer o financiamento e deixar o dinheiro aplicado em algum investimento que renda juros maiores. Isso, no entanto, deve ser feito por quem tem bastante conhecimento em relação ao mercado financeiro.

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Vinícius Casagrande
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