Compra de blindado usado requer atenção

Antes de fechar o negócio, é preciso verificar a documentação e fazer uma boa revisão no carro

Estima-se que mais de 120 mil veículos blindados rodem pelo Brasil – por ano, são de cerca de 10 mil novos carros que recebem a proteção. Diante da popularização do serviço, ficou mais fácil encontrar usados e seminovos protegidos para a venda. Mas quem tem a intenção de comprar um modelo nestas condições deve ficar atento para que o negócio não vire prejuízo.

O que acontece é que, na maioria dos casos, o comprador não tem a mínima ideia do que está “por baixo dos acabamentos” do automóvel e, como não é possível olhar por dentro do carro e ver os materiais que foram aplicados, quase sempre a saída é confiar no vendedor.

Mas, com alguns cuidados, é possível fazer um bom negócio. Em primeiro lugar é preciso verificar a idoneidade da blindadora. Em seguida, deve-se checar toda a documentação do carro. Segundo Luís Henrique, gerente da Steel Blindagens, tem de constar no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) a observação de que ele foi blindado.

“Sem esse dado, as empresas não fazem o seguro, e o veículo poderá ser apreendido em uma blitz policial”, comenta o profissional. E ele indica ainda que o futuro comprador peça ao vendedor um laudo técnico e o check-up da blindagem – o serviço deve ser feito por companhias especializadas.

Revisão

Mesmo com esses dados em mãos, vale a pena revisar o automóvel, a fim de verificar se todos os seus componentes. estão em perfeito estado e funcionando corretamente. No caso das películas dos vidros, elas não devem apresentar descascados, manchas, bolhas ou trincas. As borrachas de vedação não podem estar ressecadas e nem rachadas, para evitar infiltrações, e os vidros têm de abrir e fechar com facilidade.

A suspensão de um carro blindado sempre sofre mais que a de um carro normal, pois a blindagem chega a pesar 230 quilos, portanto, é fundamental verificar se amortecedores, molas e sistema de freios estão em ordem. Também é importante checar se o modelo tem as “cintas” de aço ou borracha, que vão dentro dos pneus, para poder rodar mesmo com eles furados, no caso de ataque.

Além disso, como o automóvel é todo desmontado para receber a blindagem, pode ser que hajam peças de acabamento soltas. A recomendação, então, é fazer um test-drive. E, por fim, deve-se conferir o nível de proteção da blindagem – no Brasil, a mais comum é a Nível III-A, resistente contra armas de fogo mais pesadas, como submetralhadoras 9mm e revólver Magnum .44.

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Escrito por

Renata Turbiani

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