CNH de motos em alta, com as mulheres impulsionando a categoria A

O número de mulheres com CNH para motos (categoria A) quase dobrou na última década. Segundo o Denatran, elas já passam de 8 milhões.

O número de mulheres brasileiras habilitadas a pilotar motocicletas, com CNH de motos, ou seja, a categoria A, praticamente dobrou em uma década. Em 2012, 4.512.753 pessoas do gênero feminino tinham licença para pilotar. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), até outubro do ano passado, esse número saltou para 8.190.135, o que representa um crescimento de 81,5% em nove anos. Saiba mais.

Foto: Novus

Mulheres representam mais de 30% dos compradores de motos

As mulheres representam, hoje, cerca de 31% dos compradores de motos, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares  (Abraciclo). “As mulheres são mais exigentes e cuidadosas na hora da compra: querem um modelo que ofereça segurança, alto nível tecnológico e conforto, mas sem perder em design e praticidade”, comenta o presidente da instituição, Marcos Fermanian.

Esse movimento de consumo tem acompanhado as categorias que mais crescem no mercado. É o caso da escritora mineira, radicada em Brasília (DF), Alice Castro, de 55 anos. “A mulher nasceu para pilotar, mas algumas ainda não sabem disso”, afirma.

Alice Castro (Foto: Divulgação)

Aproveite e veja também: Afinal, que veículos posso guiar na categoria A da CNH 2022?

Big trails conquistam espaço

Alice é fã dos modelos de grande porte e alta cilindrada, como as big trails, categoria que registrou o segundo maior crescimento percentual na produção, em 2021. Ao todo, foram fabricadas 21.564 unidades dessa categoria, alta de 40,6% na comparação com 2020.

Segundo ela, o motivo da preferência é o maior conforto e desempenho nas estradas. “Viajar de motocicleta é uma terapia. Todo dia aprendemos algo novo. Estamos sempre testando nossos limites e isso nos ajuda a ser pessoas melhores”, diz. Para incentivar outras mulheres a encarar o guidão, Alice criou em 2009 o grupo  “Mulheres Motociclistas e Apaixonadas por Motos”, que hoje conta com mais de 17 mil integrantes nas redes sociais.

Ilustrativa (Foto: Pexels)

Apaixonada por viagens

Quem também compartilha experiências na internet com motocicletas de maior cilindrada é Cecília K., de 57 anos, conhecida nas redes por Japagirl Rider. Apaixonada por viagens e sempre atenta aos cuidados para garantir a sua segurança, a paulista faz relatos de suas viagens e dá dicas para quem quiser se aventurar a bordo de uma motocicleta em sua página no Instagram. “Já passei por muito perrengue, mas foi exatamente isso que deu sabor à viagem”, afirma.

Pilotando motocicletas, ela viajou pela Carretera Austral, na Patagônia chilena, que classifica como uma das rotas mais incríveis da América do Sul. Chegou até foi até a cidade de Ushuaia (Argentina), na Terra do Fogo, também conhecida como “fim do mundo”. Também esteve na Estrada da Morte, que fica na Bolívia e é considerada uma das mais perigosas do mundo; entre muitos outros roteiros no Brasil e no exterior.

Scooters lideram as vendas

No ranking de produção de 2021, as big trails só foram superadas pelas scooters, com 107.285 unidades produzidas, volume 40,9% superior ao registrado no ano anterior. A artesã Priscila Loubach Tavares, de 35 anos, moradora do município de Alto Jequitibá, no interior de Minas Gerais, não abre mão do modelo. Ela conta que, há dois anos, realizou a “viagem da vida” até sua terra natal, Londrina (PR). “Foram dois dias e meio na estrada. É preciso ter alguns cuidados como ficar na pista da direita e seguir um ritmo tranquilo. A scooter respondeu muito bem”, comenta.

Priscila Loubach (Foto: Divulgação)

Mulheres de scooter

Fernanda Balster (Foto: Divulgação)

A fotógrafa Fernanda Balster, de 38 anos, moradora do Rio de Janeiro (RJ), levou sua paixão pelas scooters para a internet, quando criou, em março de 2020, o grupo Mulheres de Scooter, que hoje conta com mais de mil integrantes no Facebook e outras mil seguidoras no Instagram.

“A proposta é trocar experiências, tirar dúvidas, promover encontros e unir o público feminino, que é cada vez maior no mundo motociclístico”, afirma Fernanda. “As scooters acabam sendo uma porta de entrada para entrar no mundo das duas rodas”, destaca.

Pexels

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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