Cinco marcas de carros: origens, significados, histórias
Na maioria dos casos, os nomes das marcas de carros têm origem no sobrenome de seus criadores. No entanto, há exceções.
Os nomes de marcas de carros possuem diferentes significados, como mostramos em reportagem publicada no Garagem360, em 18 de julho. Alguns são derivados do sobrenome dos criadores, outros têm inspiração em siglas.
Veja agora a origem e o significado de outras cinco grandes marcas globais que atuam no mercado nacional.
Origem das marcas de carros: conheça o significado do nome de 5 grandes montadoras presentes no País
Na maioria dos casos, assim como acontece com empresas de outros segmentos industriais, os nomes das marcas de carros têm origem no sobrenome de seus criadores. No entanto, há exceções, como veremos a seguir.
Jeep
Entre as grandes marcas globais, a Jeep é um exemplo isolado de nome que surgiu depois do veículo em si.
O nome foi patenteado apenas em 1943, quando já era utilizado em referência ao veículo guerreiro usado pelos americanos e seus aliados na Segunda Guerra Mundial. Mas a própria origem do nome Jeep é bem confusa e nunca teve uma versão definitiva.
Antes de 1940, o termo “jeep” era usado como gíria do Exército dos EUA para novos recrutas ou veículos. O veículo da Segunda Guerra Mundial, que entrou em produção em 1941, ligou defitivamente o nome jeep ao 4×4 militar leve.
É o precursor das gerações subsequentes de veículos utilitários leves militares, que inspirou a criação de análogos civis, como o Land Rover original da Série I.
A marca Jeep está sediada em Toledo, Ohio, desde que a Willys-Overland lançou a produção dos primeiros modelos da marca CJ ou Civilian Jeep lá em 1945.
No Brasil, os primeiros Jeep começaram a ser produzidos em 1954, pela Willys-Overland do Brasil.
Hoje é uma marca de propriedade do conglomerado Stellantis. A atual linha de produtos da Jeep consiste apenas em veículos utilitários esportivos – tanto crossovers quanto SUVs e modelos totalmente off-road, incluindo uma picape. Anteriormente, a gama da Jeep incluía outras pick-ups, bem como pequenas carrinhas e alguns roadsters.
No prestigiado Dicionário Collins, de língua inglesa, o termo Jeep consta como substantivo com a seguinte definição: “um tipo de carro que pode viajar em terrenos acidentados”.
Honda
O nome Honda tem como origem o sobrenome do seu fundador: o japonês Soichiro Honda, que iniciou sua carreira profissional trabalhando como mecânico na garagem Art Shokai, onde ajustou carros e os inscreveu em corridas. Em seguida, montou uma fábrica de pistões para motores e tentou vender seus produtos para a Toyota, que os reprovou por contra da baixa qualidade.
Depois de frequentar a escola de engenharia sem se formar e de visitar fábricas ao redor do Japão para entender melhor os processos de controle de qualidade da Toyota – que haviam revolucionado a indústria – Soichiro fundou o Honda Technical Research Institute em outubro de 1946
Com uma equipe de 12 homens trabalhando em um barraco de 16 m2 (170 pés quadrados), a Honda construiu e vendeu bicicletas motorizadas improvisadas, usando um suprimento de 500 motores de 50 cc, provenientes de geradores de rádio excedentes da guerra.
O primeiro automóvel da empresa, o caminhão leve T360, foi lançado apenas em 1963. No Brasil, a Honda está presente como fabricante de motos desde 1976. Sua primeira linha de montagem de automóveis surgiu em 1997, na cidade de Sumaré (SP).
Curiosidade: o nome Honda teve sua pronúncia “ronda” consolidada – antes se falava “ondá” – após sua entrada no mercado alemão.
Nissan
Em 1928, o japonês Yoshisuke Aikawa fundou o conglomerado industrial Nihon Sangyo (Indústrias Japão, na tradução para o português), que pouco tempo depois começou a ser conhecido pelo nome Nissan, por conta da abreviatura que era usada durante as negociações de ações na Bolsa de Valores de Tóquio.
Essa empresa foi a origem da Nissan Motor, que começou a produzir carros em 1937 sob licença da Graham-Paige, dos EUA, que colaborou com projetos e equipamentos para o estabelecimento de uma fábrica em território japonês.
O primeiro modelo a sair da fábrica foi o Nissan Type 70, inspirado no Graham Paige Crusader.
A Nissan virou fabricante no Brasil em 2002, com o início da montagem da picape Frontier na unidade industrial da Renault em São José dos Pinhais (PR).
Peugeot
A marca de carros Peugeot descende de uma companhia familiar do início do século 19, que atuou em diversos ramos industriais, até começar a fabricar bicicletas e motos, em 1882. Sob o comando de Armand Peugeot, a empresa produziu o seu primeiro automóvel em 1889 – o veículo tinha três rodas e apenas quatro unidades foram fabricadas.
Em 25 de novembro de 1891, o primeiro carro importado a chegar ao Brasil foi adquirido por Alberto Santos Dumont, que mais tarde viria ser conhecido como o “Pai da Aviação” no Brasil. O carro era um Peugeot com motor Daimler a gasolina, de 3,5 cv e dois cilindros em V, batizado de Voiturette por ser muito parecido com uma charrete.
A Peugeot virou fabricante de carros no Brasil em 2001, com a inauguração de uma fábrica em Porto Real (RJ) para a montagem do hatch compacto 206.
Renault
Fundada em 1899, leva esse nome porque foi fundada por Louis Renault e seus irmãos Marcel e Fernand. Após o final da Segunda Gerra Mundial, Louis foi preso por “manter relações comerciais com inimigos” (no caso, os alemães) e a empresa foi nacionalizada em 1945 e só voltou ao controle privado em 1996 – até hoje, o governo francês detém 15,7% da empresa.
O primeiro carro da marca, o Renault Voiturette, com motor de 1 cv, foi vendido a um amigo do pai de Luís, depois de lhe dar um passeio de teste.
No Brasil, a marca está presente desde meados do século passado. O primeiro Renault produzido em território brasileiro foi o Dauphine, de 1959, que por aqui era feito sob licença pela mesma Willys-Overland do Brasil responsável pelos Jeep. Outro modelo icônico da marca, no passado, foi o Gordini.
Atualmente, a Renault tem fábrica (inaugurada em 1998) na cidade de São José dos Pinhais (PR). Hoje a empresa oferece no mercado brasileiro o elétrico Zoe e-Tech.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.