Celular pode ser o inimigo dos pedestres na hora de atravessar a rua
Estudo da Ford, na Europa, mostra que hábito é uma das principais causas de acidentes
Não é difícil encontrar algum pedestre atravessando uma rua totalmente distraído pelo o que está acontecendo na tela de seu smartphone. A situação não é nova, e um estudo realizado pela Ford na Europa mostrou que essa é a prática mais comum entre as que podem resultar em acidentes.
A análise da montadora contou com o relato de mais de 10 mil pessoas que residem no continente. O objetivo era avaliar os hábitos dos pedestres para obter dados que contribuam com o desenvolvimento de equipamentos e tecnologias que possam ajudar a aumentar a proteção no trânsito.
Ao final da pesquisa, 57% dos entrevistados afirmaram que usam aparelhos telefônicos enquanto realizam a travessia de ruas, mesmo quando não há faixa de segurança. Além disso, 32% das pessoas ouvidas pela pesquisa admitiram escutar música ao atravessar a rua, enquanto 14% enviam textos, 9% navegam na internet, 7% utilizam redes sociais e 3% jogam ou assistem TV ou vídeos durante o trajeto.
O relatório também apontou que o grupo de participantes, com idade entre 18 e 24 anos, é o que mais costuma usar telefones e dispositivos móveis, com 86% de respostas positivas.
Segundo dados do Instituto de Motoristas Avançados (IAM), voltado à segurança rodoviária na Grã-Bretanha, 23% dos acidentes de trânsito envolvendo pedestres no Reino Unido, em 2013, ocorreram em circunstâncias em que houve imprudência ou pressa do pedestre.
“Os acidentes com pedestres estão crescendo mais rápido do que em qualquer outro grupo. Portanto, é vital que os motoristas sejam mais solidários e atentos à eles enquanto dirigem”, pede Sarah Sillars, presidente do IAM.
Tecnologia contra acidentes
Para contribuir com o decréscimo do número de acidentes envolvendo pedestres, a Ford está desenvolvendo sistemas que assistem o motorista na detecção de pessoas fora do carro. O recurso funciona por meio de câmera no para-brisa e de radar no para-choque, ambos capazes de identificar a presença de indivíduos n pista. Mas as inovações, que já estão disponíveis em carros europeus, não substituem a necessidade de atenção do motorista.
Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.