“Casa sobre rodas” é boa opção para quem gosta de viajar com a família

Procura por motorhome, trailer e camper tem aumentado por conta da praticidade e da mobilidade

Avião, ônibus, trem e carro. Estes são os meios de transporte mais comuns em viagens. Mas, muitos condutores, inclusive do Brasil, por questões de liberdade, mobilidade e praticidade, têm preferido enfrentar a estrada nas chamadas “casas sobre rodas”. Atualmente, existem três opções: motorhome (a residência é sobreposta a um chassi motorizado de caminhão), trailer (é engatado no automóvel) e camper (é instalado na caçamba de picapes e pode ser retirado quando desejado).

Os modelos acomodam poucas ou muitas pessoas e, normalmente, contam com cama (ou beliche), banheiro com chuveiro, sala e cozinha com geladeira e fogão. Quem quiser mais conforto e tecnologia, pode equipá-los com DVD, ar-condicionado, luz de LED e energia solar, entre outros elementos. Tudo vai depender da necessidade e do quanto se deseja gastar.

Na Motor Trailer, de Pirassununga, no interior de São Paulo, o motorhome custa a partir de R$ 290 mil e abriga de oito a dez pessoas. O preço dos campers partem de R$ 90 mil e, geralmente, comportam até seis passageiros. Já os trailers estão à venda a partir de R$ 37 mil e, dependendo do tamanho, abrigam até seis pessoas. Na Santo Inácio Motorhomes, de Gramado, no Rio Grande do Sul, o esquema é um pouco diferente: o cliente leva o caminhão e a fábrica se responsabiliza somente pela montagem da casa. O preço fica entre R$ 300 mil e R$ 450 mil.

Quem não quiser gastar tanto pode optar pela locação. Na Itu Trailer, localizada em Itu, também no interior de São Paulo, a diária de motorhome ou trailer sai por cerca de R$ 800,00 e o cliente tem direito de rodar até 2.500 km (ida e volta). “Alugamos apenas com um motorista nosso para acompanhar o grupo durante todo o trajeto”, explica Marcelo Pinto Matheus, proprietário da empresa.

Quem também loca estes modelos é a Motorhome Sul, de Canoas, no Rio Grande do Sul. No site, o valor informado da diária para o período entre 8 e 15 dias é de R$ 472,00. A tarifa contempla 400 km livres – a  partir daí, é cobrado R$ 0,65 por quilômetro rodado.

É importante salientar que, pelo artigo 143 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), apenas os condutores habilitados na categoria B estão autorizados a dirigir veículo automotor da espécie motor-casa, e ele não pode exceder 6 mil kg. Acima disso, é preciso portar a CNH categoria C.

Cuidados

A fim de não ter problemas durante o passeio, além de escolher o modelo ideal para cada necessidade, outros itens precisam de cuidados. Segundo Luiz Edgar Tostes, diretor da Associação Brasileira de Campismo (Abracamping), mesmo que o veículo e seus anexos tenham passado por manutenções preventivas, é importantíssimo fazer uma minuciosa inspeção, em especial nos pneus, inclusive no estepe.

“Se o motorhome estiver muito tempo parado, os componentes ressecam e deformam. Fora isso, elementos da ‘casa’ como geladeira e ar-condicionado podem apresentar defeito quando não são ligados com frequência”, diz Tostes, que faz viagens de motorhome há 43 anos e, atualmente, é dono de um modelo Sprinter 413, ano 2002.

Marcius Pinto Matheus, sócio da Motor Trailer, afirma que o condutor também deve ficar atento aos geradores de energia. “São três tipos: a rede externa, ligada na tomada; o gerador a gasolina e com duração de 12 horas, e a bateria, que dura em média 48 horas e é ligada no alternador do carro”, comenta.

E não é só isso. O dono do motorhome, do trailer ou do camper ou o futuro comprador, antes de cair na estrada, ainda tem de analisar os sistemas de freios, suspensão, iluminação e arrefecimento, a parte elétrica, a carroceria, o interior e o escapamento. Vale ainda checar se as ferramentas obrigatórias (macaco, chave de roda e triângulo de sinalização) estão em ordem, assim como os espelhos, a buzina, os cintos de segurança, os limpadores de para-brisa, o extintor de incêndio, as borrachas de vedação e, claro, a documentação.

Viajando desde os 16 anos de idade, o especialista em marketing digital, Marcelo Maestrelli, de 45 anos, recomenda que os interessados em adquirir este tipo de meio de transporte optem por um automóvel que já tenha sido usado em viagens. “Como ele já terá sido testado no dia a dia, é mai difícil apresentar problemas”, comenta o morador de Florianópolis, em Santa Catarina, e dono de um motorhome Ford F4000, ano 1985.

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Vantagens e desvantagens

Para Tostes, a principal vantagem destes veículos é a mobilidade. O diretor da Abracamping comenta que se uma localidade é mais atraente e despertou o interesse da família ou dos amigos, é possível esticar a estadia sem preocupações com vagas e horários de entrada e saída. “Além disso, o custo do diesel e a manutenção do motorhome são mais acessíveis se comparado aos custos com as despesas do carro e do hotel”, garante.

Mas nem tudo são flores. De acordo com Victor Rodolfo da Rosa, campista e gerente comercial da Santo Inácio Motorhomes, a desvantagem, especialmente no Brasil, é que o País não tem muita infraestruta para campings. “Alguns lugares até oferecem banheiros e têm energia elétrica, mas a situação ainda é complicado para quem viaja desta forma por aqui”, finaliza.

 

Escrito por

Talita Morais