Carros são abastecidos com uísque e descobrimos como isso está acontecendo
Veja como funciona a técnica de carros abastecidos com uísque. O processo desenvolvido por um professor tem gerado bons resultados.
A alta da gasolina não afeta apenas os brasileiros. Em diversos locais do mundo, estudos são feitos para que soluções economicamente viáveis sejam encontradas. Uma delas é a desenvolvida por um professor que usa componentes derivados da produção de uísque para fazer combustível para carros. Veja como funciona.
Combustível para carros feito com uísque? Entenda essa história
A alta dos combustíveis é uma preocupação que afeta a população em diversos locais do mundo.
No Brasil, por exemplo, a gasolina atingiu preço médio de R$ 7,270, de acordo com o último levantamento da ANP, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Os dados são referentes aos dias 17 e 23 de abril.
Durante o período, o preço médio do etanol também atingiu novos patamares. O combustível registrou preço médio de R$ 5,496, em todo o território brasileiro. Já o diesel teve alta de 0,2%, e registrou preço médio de R$ 6,60 para o diesel e de R$ 6,73 para o diesel S10.
Além dos recentes aumentos de preços, outro problema que preocupa especialistas do setor são os poluentes derivados da queima de combustíveis fosseis.
Dessa forma, diversas soluções são estudadas para encontrar alternativas economicamente viáveis, bem como ecologicamente mais corretas.
E um dos estudos mais promissores é o desenvolvimento de combustível através de subprodutos originados a partir da produção de uísque.
Acontece que para produzir cerca de um litro da bebida, em média 2,5 kg de resíduos são descartados. Porém, esses componentes, que por vezes são descartados, podem ser aproveitados para o desenvolvimento de biocombustível.
Um dos especialistas que estuda a técnica é o professor Martin Tangney. Ele usa a fermentação do subproduto derivado da produção do uísque para transformá-los em bioquímicos que são usados para substituir parte da gasolina e do diesel.
Tangney atua através da sua startup, a Celtic Renewables para desenvolver a técnica e tornar o biocombustível mais viável e mais sustentável no comparativo com outros combustíveis fósseis, como a gasolina, por exemplo.
Como acontece o processo desenvolvido pelo professor
Através do processo de fermentação do subproduto do uísque, no qual é utilizado acetona-butanol-etanol (ABE), as bactérias decompõem os açúcares do uísque em ácidos. Esses são divididos em solventes, como o butanol e o etanol, que posteriormente são adicionados à gasolina ou ao diesel.
A startup do professor já realizou testes eficazes onde foram utilizados 15% do produto, como combustível junto com a gasolina.
Sobre o processo de fermentação, Tangney afirma que ele não se limita ao subproduto derivado da bebida, sendo que outros resíduos da indústria alimentícia também podem ser usados.
Os resultados promissores renderam à Celtic Renawables cerca de 40 milhões de libras através de investidores e do próprio governo local para que o professor desenvolva a primeira biorrefinaria da Escócia.
Quando pronta para ser operada, ela terá a capacidade de converter mais de 50 mil toneladas de subprodutos de uísque em bioquímicos.
Com informações: Uol Carros
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.