Vão pagar a conta: carros populares ganham desconto, mas modelos potentes pagam a conta
Carros populares ganham IPI zero, mas modelos mais potentes e poluentes terão que pagar mais. Entenda o impacto dessa mudança
A decisão do governo federal de isentar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros populares tem gerado repercussão no setor automotivo. Modelos como Renault Kwid, Fiat Mobi e Hyundai HB20 dominam a lista dos veículos mais baratos com o benefício. Mas a medida tem um efeito colateral importante: carros mais potentes e poluentes terão que arcar com um aumento no imposto. Acompanhe o Garagem360 e saiba mais.
Carros Populares e IPI Zero: quem ganha?
A isenção do IPI foi uma jogada estratégica do governo com o objetivo de facilitar o acesso da população a carros mais baratos e, ao mesmo tempo, incentivar a indústria automotiva nacional.
A princípio, modelos como o Renault Kwid e Fiat Mobi, que fazem parte da categoria dos carros de entrada, agora têm preços mais acessíveis devido ao IPI zero. No entanto, não é só de boas notícias que se faz essa mudança.
Esses carros populares, para se qualificarem para o benefício, precisam atender a uma série de requisitos, como ter menos de 83g de CO₂ por quilômetro, ser fabricado no Brasil e ter mais de 80% de materiais recicláveis em sua composição.
O lado “sombrio” da isenção
Contudo, onde entram os carros menos seguros nessa história? Enquanto modelos de entrada saem ganhando descontos, aqueles movidos a gasolina ou diesel, mais poluentes e com potência maior, terão o IPI elevado.
Essa medida é uma forma de compensar a renúncia fiscal gerada pela isenção dos carros populares. De acordo com o governo, essa estratégia busca fazer com que a balança se equilibre, em um sistema de “soma zero”, onde a compensação de custos ocorre por meio do aumento do imposto para modelos mais potentes.
Além disso, o sistema de aumento do imposto afeta também a segurança. Carros mais potentes, que em geral oferecem menos tecnologias de assistência ao motorista e têm maiores índices de emissões de poluentes, pagarão uma alíquota mais alta. Isso implica que o impacto dessa medida não é apenas financeiro, mas também ambiental.
Como o IPI zero vai impactar os carros menos seguros?
A grande pergunta é: como essa estratégia afetará a segurança no trânsito e o avanço em veículos mais sustentáveis? A medida pode gerar uma distorção entre os veículos com maior potencial de poluição e os que atendem a critérios ambientais mais rígidos.
Exemplos de variação da alíquota do IPI (por potência e tipo de combustível):
- Elétrico: Redução de 2 pontos percentuais
- Híbrido flex: Redução de até 2 pontos percentuais
- Gasolina/Diesel: Aumento de até 12 pontos percentuais
Como os carros menos seguros frequentemente estão no topo da lista dos mais potentes, esses modelos terão um custo maior, o que pode “desincentivar” a compra de carros que não atendem a critérios de eficiência energética e segurança.
E você, o que acha dessa nova política do governo? Os carros populares estão sendo beneficiados corretamente, ou os carros menos seguros e poluentes estão sendo prejudicados demais?
Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.