Carros elétricos podem representar 33% do mercado mundial, diz estudo

Os carros elétricos vieram para ficar. Diversas montadoras passaram a investir no desenvolvimento de novos modelos movidos a energia elétrica nos últimos anos. Com uma maior oferta, a procura também aumentou. Onde isso irá parar? Segundo um estudo, as vendas de carros elétricos podem representar 33% do mercado mundial em até seis anos.

Carros elétricos
Até 2035, as vendas de carros elétricos podem representar 55% do mercado mundial (Foto: Jannis Lucas/Unsplash.com)

Estudo mostra que carros elétricos podem representar 33% do mercado mundial em 2028

O levantamento com algumas previsões foi divulgado pela AlixPartners, uma consultoria norte-americana, na última quarta-feira (22/06). De acordo com o estudo, a participação da venda de carros elétricos poderão atingir um número maior que os 33% esperados para 2028. Até 2035, espera-se que este número suba para 54%.

Foto: Alex Zahn/Unsplash.com

Isso significa mais da metade das vendas mundiais serão de elétricos. A empresa explica que isso acontecerá na medida em que as vendas cresçam em certos mercados. Podemos dizer ainda que tais números apresentados representam bom avanço com relação aos números de hoje em dia.

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Os veículos elétricos representaram 8% de todas as vendas durante o ano de 2021. Enquanto isso, nos três primeiros meses de 2022, a fatia cresceu para 10%. Ou seja, um pouco distante ainda dos 33%.

Trazendo este dado para o Brasil, as vendas de carros totalmente elétricos representaram apenas 0,3% das vendas do primeiro trimestre deste ano. Estes são dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Mas o quanto as fabricantes de veículos e fornecedores deverão ter que investir para conseguir dar conta da demanda?

Foto: Bram Van Oost/Unsplash.com

Segundo o Global Automotive Outlook, um briefing da consultora, é esperado um investimento de US$ 526 bilhões para esta transição para carros 100% elétricos e baterias entre os anos de 2022 e 2026. Este é um número maior que os US$ 234 bilhões que estavam previstos para serem investidos entre os anos de 2020 e 2024.

Qual será o efeito destes investimentos no mercado? De acordo com Mark Wakefield, que é corresponsável pela área de prática automotivas da AlixPartners, os investimentos “tornarão o crescimento do veículo elétrico inevitável”.

Cadeia de suprimentos como obstáculo

Carros elétricos
Foto: Divulgação/Chevrolet

Mark Wakefield ainda falou nos obstáculos que a indústria enfrenta nesta fase de mudança de carros tradicionais para carros elétricos. O executivo fala em desafios econômicos e da cadeia de suprimentos.

Neste caso, “mudanças drásticas nos modelos operacionais – não apenas plantas e pessoas, mas toda a maneira de trabalhar” seriam necessárias. Um ponto do estudo vale a pena ser mencionado. De acordo com a AlixPartners, a falta de chips poderá afetar a produção de carros elétricos mais que afeta a produção de carros a combustão.

Foto: Unsplash.com

Isso porque os chamados BEVs (carros elétricos) “exigem exponencialmente mais chips do que seus equivalentes ICE”. A empresa ainda fala em um crescimento de 55% ao ano na demanda.

Ainda falando em matérias-primas, as matérias usadas em carros elétricos custam US$ 8,255 a unidade. Mais que o dobro do preço das matérias de carros comuns (US$ 3.662).

A empresa chega a conclusão que as fabricantes e os fornecedores terão que pagar US$ 70 bilhões (valor acumulado) por esta mudanças de carros normais para elétricos até o ano de 2030. Sem falar que diz que a escassez de componentes continuará afetando a indústria até 2024.

Com informações de Reuters

Pedro Giordan
Pedro GiordanJornalista graduado pela Universidade Metodista de São Paulo em 2017. Redator do Garagem360 desde 2021, onde acumula desde então experiência e pesquisas sobre o setor automotivo. Anteriormente, trabalhou em redação jornalística, assessoria de imprensa, blog sobre futebol e site especializado em esportes.
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