Carros elétricos mais baratos do BR: veja como pode ficar o preço após retorno do imposto de importação
Carros elétricos mais baratos do Brasil podem ficar até 35% mais caros se decisão governo voltar a cobrar IPI de importados.
As montadoras tradicionais não querem o avanço das chinesas no Brasil. Prova disso é a pressão que fazem para que o governo federal possa retornar com a cobrança do Imposto de Importação sobre os modelos eletrificados. Isso pode fazer com que os carros elétricos mais baratos fiquem até 35% mais caros.
Preço dos carros elétricos mais baratos do BR com imposto de importação
Fizemos um pequeno cálculo dos modelos somando 35% ao seu preço atual:
100% elétricos: preço atual – preço com reajuste de 35%
- Chery iCar de R$ 119.990 – R$161.986,5
- JAC EJ1 de R$ R$ 135.900 – R$ 183.465
- Renault Kwid e-tech de R$ 139.990 – R$ 188.986,50
- BYD Dolphin de R$ 149.980 – R$ 202.473,00
- GWM ORA de R$ 150.000 – R$202.500
Híbridos
- Kia Stonic MHEV de 139.990 – 188.986,5
- Kona HEV de 169.990 de – 229.486,5
- Toyota Corolla de R$ 183.790 (produzido em Indaiatuba, assim não deve sofrer alteração)
- Hyundai Ioniq HEV de R$ 199.990 – R$ 269.986,5
- Kia Niro Kia Niro HEV EX R$ 208.990 – R$ 282.136,5
Montadoras tradicionais pressionam governo
A alíquota de importação foi zerada durante o governo Temer, o que permitiu um sensível aumento da frota de eletrificados no país.
Encabeçada principalmente pelos modelos chineses, como os das marcas BYD, GWM, Chery e JAC, mas outras estão de olho no nosso mercado.
Hoje, nossa frota de carros elétricos em circulação chegou a 75.491 veículos (janeiro 2012 a agosto 2023, de acordo com dados da ABVE).
Só neste ano, já foram emplacados 49.052 eletrificados leves, quase o mesmo número de todo o ano anterior (49.245 em 2022).
Com o retorno dos impostos, esses números podem reduzir sensivelmente, uma vez que os modelos eletrificados já são mais caros do que os modelos a combustão com características semelhantes.
De acordo com especialistas, as montadoras tradicionais querem conter o avanço das chinesas. Ao mesmo tempo, não fazem investimentos para produzir os eletrificados aqui.
Algumas delas, como VW e GM até importam seus eletrificados, mas com preços elevados ou ainda modelos descontinuados em outros países.
BYD rebate presidente da Anfavea
O próprio presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse em entrevista que o setor automotivo brasileiro encara o carro elétrico chinês como uma ameaça.
De acordo com ele, o estímulo atual que zera o IPI gera desigualdade nas vendas.
“Se não fizermos o dever de casa, o que aconteceu na América Latina vai ocorrer também aqui no Brasil”, ressaltou referindo-se ao fato de a China ter ampliando sua participação nas importações de 4,6% para 21,2% em cerca de dez anos.
Em resposta, o conselheiro da BYD, Alexandre Baldy, criticou a ação em entrevista a Reuters:
“É descabido imaginar que o presidente de uma entidade dessa envergadura (Anfavea) possa colocar palavras na agenda de um governo que lutou tanto para trazer a COP 30 para o Brasil e dizer que vai haver uma taxação de carros elétricos que visam justamente contribuir para a proteção ao meio ambiente”.
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.