Carros elétricos e o mercado atual

Apesar de já estarem no mercado há alguns anos, os veículos elétricos ainda não conseguiram alcançar a popularidade dos que funcionam a etanol, gasolina ou diesel. Mesmo assim, este tipo de automóvel, faz certo sucesso em países como Estados Unidos, Japão e China – em 2015, o continente europeu assumiu a liderança do segmento. Já no Brasil, a tecnologia ainda se mostra tímida, e cresce enfrentando alguns obstáculos.

Segundo a organização Automotive Industry Data (AID), no ano passado, existiam 740 mil carros movidos a eletricidade rodando pelo mundo. Na Europa, dados da indústria automotiva mostram que a população consumiu 26.808 elétricos de janeiro a abril de 2015. Nos Estados Unidos, foram 21 mil.

Veículos elétricos são mais econômicos e menos poluentes do que os movidos a gasolina, etanol e diesel |Foto: Divulgação

A previsão das entidades do setor é de que os carros “amigos do meio ambiente” se tornem cada vez mais comuns nos países europeus. A Alemanha, por exemplo, já planeja estratégias de incentivo na hora da compra, e pretende ter um milhão de elétricos nas ruas até 2020.

A Holanda, por sua vez, aposta tão alto na tecnologia que já conta com um projeto de lei para proibir a venda de carros que não sejam sustentáveis a partir de 2025. Atualmente, o país do velho continente que mais consome veículos elétricos é a Noruega. Para garantir o crescimento a categoria, o governo de lá fornece descontos na hora da compra e no pagamento de estacionamento e até isenção de pedágio.

Para a Agência Internacional de Energia (AIE), os automóveis movidos a eletricidade vão representar 15% da frota mundial em 2030. A Statista, empresa de pesquisas online, prevê que o número global de elétricos (e híbridos) deve ultrapassar 88 milhões em 2020.

No Brasil

Apesar de se mostrar um pouco tímido, o mercado brasileiro de veículos elétricos, aos poucos, está melhorando o seu desempenho. De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), o País comercializou 850 unidades em 2015, e já conta com uma frota de três mil elétricos (e híbridos). Só entre 2012 e 2013, o segmento cresceu 300%.

A entidade diz que uma das dificuldades é que o Brasil ainda não investiu na produção destes modelos. Fora isso, ela acredita que também é preciso disponibilizar mais centros de carregamento pelas cidades, garantindo, assim, a tranquilidade de quem opta pelos carros ecológicos.

Brasil ainda carece de pontos de recarga para automóveis movidos a eletricidade | Foto: Pixabay

Apesar das falhas, o governo brasileiro já oferece alguns incentivos como o do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos ônibus elétricos.

Os proprietários de veículos movidos a eletricidade também ficam isentos do pagamento do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em sete estados (Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe). Em outros três (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro) a taxa cobrada é reduzida. Na capital paulista, os híbridos, os elétricos e os movidos a hidrogênio ainda são isentos do rodízio municipal.

Menos poluentes e mais econômicos

“As maiores vantagens oferecidas pelos elétricos são as emissões poluentes praticamente nulas e o funcionamento com baixos níveis de ruído”, afirma Mauricio Trielli, professor de Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI. Ele explica que esse tipo de veículo funciona por meio de energia elétrica armazenada em baterias que alimentam os motores elétricos de tração.

Além de serem mais ecológicos, os veículos movidos a energia elétrica se mostram mais econômicos. Só para se ter umas ideia, um estudo realizado pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Energia), mostra que o carro convencional movido a etanol gasta aproximadamente R$ 0,19 a cada quilômetro rodado. Enquanto isso, os elétricos gastam R$ 0,05.

Escrito por

Maria Beatriz Vaccari

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