Carros elétricos avançam em vendas e prometem muito para 2024

ABVE aposta em uma projeção muito otimista para os carros elétricos no país em 2024. Veja as estimativas.

De acordo com previsões da ABVE – Associação Brasileira de Veículos Elétricos, 2024 pode ser o ano com o maior emplacamento de eletrificados no país. A entidade prevê a vendas recordes, encabeçadas principalmente pelas montadoras chinesas que estão se instalando no país. 

BYD Dolphin está no topo do ranking dos carros elétricos (100%) mais vendidos do país – Foto: Divulgação

 

Carros elétricos devem vender mais de 150 mil unidades no Brasil

Em 2023, segundo a ABVE, foram 93.927 emplacamentos de eletrificados leves, o que representa o crescimento de 91% sobre os registros de 2022. Para 2024, a previsão é que as vendas superem as 150 mil unidades. 

O presidente da entidade, Ricardo Bastos, projeta um aumento de 60% nos emplacamentos deste ano sobre o recorde de 2023. 

“O veículo elétrico já caiu no gosto do consumidor brasileiro, e essa tendência se confirma ano após ano”, disse Bastos nesta sexta-feira, dia 5. “Continuaremos a crescer em 2024”, reforça. Em sua avaliação, o mercado de eletrificados seguirá num ritmo intenso mesmo com o aumento do Imposto de Importação de veículos elétricos e híbridos anunciado pelo governo federal a partir de janeiro.

Para a entidade, os modelos plug-in (PHEV) ainda serão preferência do público brasileiro, uma vez que são mais econômicos que os modelos à combustão e apresentam maior eficiência energética.  

“Acredito em 2024 que o mercado seguirá a mesma evolução do final ano passado, optando por tecnologias de zero ou baixa emissão, com um mix em torno de dois terços de veículos plug-in (PHEV e BEV) e um terço de híbridos convencionais (HEV)”,  conta  Ricardo Bastos.

Trata-se de uma tendência evidenciada em 2023, cujo percentual de vendas da categoria chegou a 56% das vendas de eletrificados leves em 2023, com 52.359 unidades, superando os 100% elétricos (HEV) e híbridos sem carregamento externo. 

Para se ter uma ideia, em dezembro, os modelos plug-in chegaram a 70% das vendas totais de eletrificados (11.371, de um total de 16.279).

Carros híbridos plug-in ainda são preferência do brasileiro – Foto: Freepik

 

ABVE aposta no Programa Mover 

Para Ricardo Bastos, o Programa Mover-Mobilidade Verde e Inovação, anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no final de dezembro, será determinante para o crescimento do mercado de eletrificados no país, trazendo investimentos e ampliando as vendas. 

 “Minha avaliação é que teremos boas surpresas a partir deste ano, com mais empresas anunciando planos firmes de produção de veículos elétricos no Brasil, atraídas pelos incentivos à eletromobilidade previstos no Mover” – disse. “Por isso, sigo otimista”, acrescentou. “A eletromobilidade já é um fenômeno irreversível também no Brasil”, enfatiza.

Além disso, ele destaca outras medidas do governo, sobretudo na esfera estadual, com abatimento nas alíquotas de IPVA e ICMS. 

“A eletromobilidade terá um efeito muito positivo para toda a indústria brasileira, gerando empregos, alocando novos investimentos e trazendo tecnologia inovadora para o país”, concluiu o presidente da ABVE.

BYD e GWM vão encabeçar crescimento

As montadoras chinesas BYD e GWM têm planos ambiciosos para o mercado brasileiro em 2024. Ambas as marcas estão investindo pesado em expansão de produção e oferta de carros. 

A GWM, que já tem um dos veículos mais vendidos entre os híbridos plug-in, o Haval H6, vai ampliar sua capacidade de produção. A marca deve iniciar a montagem em sua fábrica em Iracemápolis – SP, cuja previsão de inauguração é no segundo semestre do ano.

GWM Haval H6 – Foto: Divulgação

 

A unidade terá capacidade de produção de cerca de 100 mil eletrificados por ano, inicialmente o próprio Haval H6 e a picape plug-in Poer. Além disso, o número de concessionárias deve chegar a 100 unidades até o fim de 2024.  

Já a BYD, que se consolidou como a maior fabricante de elétricos do mundo, também está investindo pesado no mercado nacional. A empresa deve iniciar a produção do fenômeno Dolphin na fábrica de Camaçari (BA). 

Serão mais de R$ 3 bilhões de investimentos, além da geração de mais de 10 mil empregos (direta e indiretamente). 

A marca já conta com uma linha crescente em oferta no país, como o Seal, Yuan Plus, Tang e deve trazer nos próximos meses o seu modelo mais acessível: o Seagull, que por aqui deve se chamar Mini Dolphin.

 

Escrito por

Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

wpDiscuz
Sair da versão mobile