Carros autônomos: setor vem gastando à toa? Fomos apurar
Nos últimos anos, diversas marcas estão investindo no desenvolvimento de carros autônomos, mas será que terá retorno no futuro, veja mais.
O desenvolvimento de carros autônomos está cada vez mais presente no mercado automotivo. Mas qual será o retorno que o setor trará e qual a posição do Brasil diante do novo cenário?
Carros autônomos serão mesmo o futuro do mercado automotivo? Vale o investimento no mercado?
Nos últimos cinco ano, países com Estados Unidos, China e Alemanha investiram cerca de US$ 451 bilhões, o que na conversão atual representa um valor de R$ 2,37 trilhões, em desenvolvimento de carros autônomos. O mercado que ainda está mais no papel do que na realidade já movimentou 50 vezes mais do que todo o mercado automotivo brasileiro tem previsto para até 2025.
Diante dos dados, é necessário pensar se o investimento feito realmente trará um retorno futuro, e qual a posição do Brasil nesse cenário. Segundo o relato do membro associado da Scholl Chair in International Business no CSIS, Jack Caporal, à Deutsche Welle “Os benefícios [da automação] vão além do potencial de negócios para as montadoras, empresas de tecnologia e startups, bem como a maior conveniência para usuários e empresas de logística”.
Como está o desenvolvimento da tecnologia no mercado brasileiro
Se de fato o assunto não é tão recente, e se diversos outros países estão evoluindo e investindo rios de dinheiro no segmento, porque não há avanços do Brasil? Para Ricardo Sardagna, executivo da Allianz Automotive, todas as novidades do setor estão chegando ao mercado praticamente ao mesmo tempo, porém em velocidades diferentes ao redor do mundo.
Para o especialista o tamanho do nosso país e suas diferenças regionais faz com que sofremos impasses com a infraestrutura de telecomunicações que dificulta a conectividade dos veículos à internet durante todo o trajeto, bem como que as estradas estejam todas mapeadas e sinalizadas para que o veículo possa ler e interpretar as ruas, intersecções e a presença de outros veículos.
Por questão de segurança, os sistemas de visão computadorizada precisam reconhecer o caminho ou até mesmo o perigo, a tempo para a inteligência artificial aplicar suas responsabilidades.
Além da falta de estrutura, seja nas telecomunicações, ou até mesmo no desenvolvimento de estradas e sinalizações, ainda existe o alto custo da tecnologia, que posteriormente irá refletir no valor final do veículo, e isso pode ser um contratempo ainda maior caso o consumidor ainda não esteja pronto e necessite de um tempo de adaptação para ter a confiança de adquirir essa opção.
“Mesmo que ainda seja uma grande aposta, com diferentes expectativas, entendo que a direção autônoma vai encontrar o seu caminho e invadir o mercado de mobilidade nos próximos anos (há expectativas de que os primeiros veículos serão disponibilizados até 2025). Por enquanto podemos nos preparar para o futuro. O que sabemos é que, quando tivermos os sistemas de direção autônoma prontos para fazer um trabalho real e significativo, teremos mais proteção, mais segurança nas vias, o seguro será mais barato e você se tornará o passageiro do seu próprio carro.” Finaliza Sardagna.
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Os níveis de automação veicular
De acordo com a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA), nos Estados Unidos, são 6 níveis:
Nível 0: sem automação;
Nível 1 – assistência ao motorista: sensores de ré, de alerta de excesso de velocidade e outros;
Nível 2 – automação parcial: controle de direção e frenagem simultâneos;
Nível 3 – automação condicional: o carro é capaz de dirigir sozinho utilizando tecnologia IoT, mas apenas em condições ideais e com algumas limitações. Ainda necessita de intervenção humana;
Nível 4 – alta automação: sem necessidade de intervenção humana. Estes veículos ainda têm disponibilidade restrita nas vias públicas e os testes continuam ocorrendo apenas em ambientes controlados;
Nível 5 – automação total: quando estiver disponível, os ocupantes serão apenas passageiros e não será necessário ter volante ou pedais pois os veículos provavelmente serão 100% controlados por meio de uma assistente de voz.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.