Carros antigos eram mais seguros? Estudo tenta provar que sim

Um novo estudo do IIHS aponta que os carros antigos podem ser mais seguros para pedestres. Descubra como capôs mais altos e colunas mais largas estão aumentando as zonas cegas dos veículos e o que isso significa para a segurança nas ruas.

A segurança automotiva é um tema constante de debate, e a percepção comum é de que os carros modernos são sempre superiores aos antigos. No entanto, um novo estudo do Centro Volpe do Departamento de Transportes dos EUA, em colaboração com o Instituto de Segurança de Estradas (IIHS), traz à tona uma preocupante conclusão: em um aspecto crucial para a segurança de pedestres e ciclistas, os carros mais antigos podem ser, de fato, mais seguros.

Carros antigos eram mais seguros? Estudo tenta provar que sim

A pesquisa descobriu que as zonas cegas frontais de alguns dos veículos mais vendidos nos EUA aumentaram drasticamente nas últimas duas décadas, coincidindo com um aumento nas fatalidades de pedestres e ciclistas. Usando uma nova técnica de medição, o estudo comparou a visibilidade direta do motorista em seis modelos populares, fabricados entre 1997 e 2023.

A análise se concentrou em três SUVs e uma picape, onde a queda de visibilidade foi mais acentuada. Os pesquisadores notaram que a visibilidade frontal dentro de um raio de 10 metros diminuiu em até 58% para o Honda CR-V, o Jeep Grand Cherokee e o Chevrolet Suburban.

Hnda Accord 1994 - Foto: Thegarage.com.br
Hnda Accord 1994 – Foto: Thegarage.com.br
  • No caso do Honda CR-V, a visibilidade caiu de 68% em 1997 para apenas 28% em 2022.

  • Já o Chevrolet Suburban, que tinha 56% de visibilidade em 2000, agora oferece apenas 28% no modelo de 2023.

Os principais culpados por essa redução foram o design dos carros modernos: capôs mais altos, espelhos laterais maiores e colunas A mais largas. No Ford F-150, a visibilidade também caiu de 43% em 1997 para 36% em 2015.


Carros de passeio são menos afetados, mas a tendência é preocupante

A pesquisa também avaliou dois carros de passeio, o Honda Accord e o Toyota Camry, onde a diminuição da visibilidade foi menos acentuada. O Camry, por exemplo, viu sua visibilidade cair de 61% em 2007 para 57% em 2023, enquanto o Accord foi de 65% em 2003 para 60% em 2023.

David Harkey, presidente do IIHS, expressou preocupação com a descoberta: “A diminuição generalizada da visibilidade para este pequeno grupo de modelos é preocupante. Precisamos investigar se esta é uma tendência mais ampla que pode ter contribuído para o recente aumento nas fatalidades de pedestres e ciclistas”.

Harkey também destacou a importância da nova metodologia de medição, que usa software e uma câmera portátil para avaliar de forma precisa e repetível a visibilidade em torno dos veículos.

A nova técnica, desenvolvida pelo IIHS, é mais eficiente e precisa do que os métodos anteriores, que eram demorados e não conseguiam capturar todos os pontos cegos.

O estudo sugere que, embora os carros modernos tenham evoluído em termos de segurança para os ocupantes, a visibilidade para o motorista — uma característica vital para evitar acidentes com os mais vulneráveis — pode ter piorado significativamente.

Qual a sua opinião sobre a visibilidade dos carros modernos? Você acha que a segurança para pedestres está sendo negligenciada em nome do design? Deixe seu comentário!

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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