Em um cenário inflacionário, no qual as peças de veículos estão em falta e o preço dos combustíveis segue em alta acelerada, os brasileiros têm recorrido a outras opções para se locomover de carro. Nas grandes cidades, cada vez mais deslocamentos são feitos por táxis e, principalmente, por aplicativos de transporte. Saiba mais.
8% do mercado de locação de veículos corresponde ao serviço de carro por assinatura
E, quando surge a necessidade de se ter um carro disponível para algumas atividades, mais de 80 mil pessoas escolhem alugar um por assinatura, prática que representa 8% do mercado de locação de veículos, segundo o levantamento da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), realizado em 2021.
O carro por assinatura vem conquistando o seu espaço. De acordo com o último levantamento realizado pela Similarweb, empresa especializada em análise de dados na internet, a busca por esse serviço cresceu 56,5% no início do ano passado.
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Quem atua nesse segmento de mercado acredita que a tendência é de que, com a difusão de informações, cada vez mais pessoas conheçam e prefiram o sistema em vez da compra tradicional.
“A principal explicação para essa adesão é a economia de 25% a 35% gerada pela assinatura de um veículo, na comparação com a compra de um carro zero quilômetro”, avalia Rodrigo Gontijo, chefe comercial da Líder Drive, empresa que fornece carros por assinatura.
O avanço da modalidade é reflexo da crise que atingiu o mercado automotivo em 2020, com a pandemia de Covid-19, que resultou na escassez de semicondutores. Naquele ano, as vendas de veículos 0km foram 26% menor que no ano anterior, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A queda nas vendas, que prossegue até o momento, é justificada pela alta nos preços dos carros novos. Na opinião de Gontijo, o cenário criado pela pandemia causou uma ruptura no mercado, e faz com que a assinatura de carros seja um dos mercados mais crescentes e promissores para os próximos anos.
“Ocorreu uma mudança na mentalidade da população, que percebeu não ser fundamental ter um veículo próprio, mas sim, concentrar-se na necessidade ou não do seu uso e na economia gerada – essa virada de chave ajudou a trazer mais volume para o segmento de assinatura”, analisa Gontijo.
Entenda porque o segmento está em alta
Muitos consumidores têm estabelecido outra relação de consumo com o carro, sem envolver a compra. De acordo com Marcos Pavesi, chefe comercial da DealerSites, startup que atua na digitalização do mercado automotivo, em todo processo é preciso proporcionar uma experiência segura, atrativa e persuasiva, que mostre como os produtos podem se encaixar às necessidades de cada consumidor.
“A experiência do usuário já se tornou fator imprescindível dentro de lojas virtuais. Por isso, otimizar o site de uma empresa de assinatura de veículos significa mais chances de conversão de visitantes em assinantes”, afirma Pavesi.
O perfil do consumidor dos serviços de assinatura é o da pessoa que deseja andar de carro novo, ao mesmo tempo que quer evitar a burocracia que envolve negociação de preço, filas de espera em concessionárias e custos com licenciamento, IPVA, manutenção e depreciação do patrimônio.
As principais diferenças em relação ao aluguel tradicional são:
O carro será sempre 0km
Um contrato com prazo de entrega pré-definido e com a fixação de um valor mensal a ser pago pelo cliente
A existência de uma franquia de quilometragem máxima.
“Ao motorista, cabe apenas abastecer o veículo e quitar eventuais multas. No final do período, o cliente pode simplesmente devolver o carro ou renovar o acordo, trocando-o por outro”, explica Rodrigo Gontijo.
Essa solução de mobilidade cresce de modo significativo. Recentemente, montadoras de automóveis também passaram a oferecer essa opção, como Fiat, Ford, Jeep, Mitsubishi, Toyota, VW e Audi.
“Se anos atrás, o sonho de todo jovem era ter um carro, hoje a realidade é outra. Essa mudança no perfil do consumo é uma tendência e faz com que inovar não seja mais uma escolha”, afirma Pavesi.
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