“Carro popular” da Citroën DECEPCIONA em teste de segurança: 0 estrela
Nesta quinta-feira (13), foi divulgado o decepcionante resultado do teste de segurança do “carro popular” da Citroën. Confira.
Como o Garagem360 mostrou nesta semana, os gestores do Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCAP) alertaram para uma suposta falta de compromisso com a segurança dos carros de suas diversas marcas vendidos na região. Nesta quinta-feira (13), foi divulgado o decepcionante resultado do teste de segurança do “carro popular” da Citroën.
Saiba por que o “carro popular” da Citroën ganhou 0 estrela no teste
O Latin NCAP divulgou, desta vez, o resultado dos testes de segurança de zero estrela para o Citroën C3. Segundo a instituição, isso se deveu, entre outras coisas, à estrutura instável, à fraca proteção contra colisões frontais, à falta de proteção lateral para a cabeça e à falta de lembrete de uso do cinto de segurança.
O C3 oferece dois airbags e Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) como equipamento padrão. O carro obteve 30,52% em “Ocupante Adulto”, 12,10% em “Ocupante Infantil”, 49,74% em “Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis da Estrada “e 34,88% em “Assistência à Segurança”.
O carro foi avaliado em impacto frontal, impacto lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção para pedestres e ESC. “Esse é o equipamento de segurança mais básico e o único disponível para esse modelo”, ressalta o Latin NCAP.
O impacto frontal mostrou proteção fraca para o peito do motorista e proteção marginal para o peito do passageiro da frente, provavelmente explicada pela falta de pretensores do cinto de segurança.
A estrutura e a área dos pés foram classificadas como instáveis. O impacto lateral de poste não foi realizado porque o veículo não oferece proteção lateral padrão ou opcional para a cabeça.
A proteção contra chicotada cervical (whiplash) apresentou desempenho ruim no pescoço do adulto.
No ocupante criança, o modelo apresentou proteção quase total, mas os pontos dinâmicos foram afetados devido à sinalização deficiente das ancoragens Isofix para Sistemas de Retenção Infantil (SRI).
A sinalização de advertência do airbag no banco do passageiro dianteiro não cumpre com os requisitos do Latin NCAP e não pode ser desligada. Alguns dos SRIs que foram avaliados quanto à instalação falharam.
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Mais dados negativos
O veículo não demonstrou conformidade com a norma de proteção para pedestres UN127 ou GTR9. A proteção passiva para pedestres apresentou proteção marginal boa para a cabeça e proteção fraca a ruim para as áreas próximas ao para-brisa e ao pilar A.
A proteção oferecida à pélvis foi de adequada a boa e a proteção às pernas foi marginal a boa. O aviso de cinto de segurança está disponível apenas no assento do motorista, mas não atende aos requisitos do Latin NCAP e não está disponível para o passageiro dianteiro ou para a fileira traseira.
Executivos do Latin NCAP detonam a Stellantis
“É alarmante como a Stellantis repetidamente desconsidera a segurança básica para os latino-americanos e é inaceitável que seus veículos alcancem um nível tão baixo de segurança quando eles sabem muito bem como produzir carros acessíveis e muito mais seguros”, acusa Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP.
Furas lembra que, recentemente, a Stellantis declarou que “reforça seu compromisso com a constante evolução da segurança em seus produtos e comercializa modelos com os mais rigorosos requisitos de engenharia, qualidade e homologação”.
O resultado do Citroën se soma à igualmente decepcionante uma estrela obtida pelo Jeep Renegade, e a de outros modelos, como a Fiat Strada e o Peugeot 208.“O Latin NCAP os incentiva fortemente a revisar esses requisitos, que estão longe do que eles alegam e do que os consumidores da região merecem”, reforça Furas.
“É vergonhoso que a Stellantis, que sabe perfeitamente como desenvolver carros mais seguros a preços acessíveis, tenha projetado um carro de segurança tão ruim como o Citröen C3. Um carro dessa natureza representa uma afronta à saúde e à integridade dos latino-americanos, que são tão vulneráveis em situações de colisões e atropelamentos quanto os habitantes dos países onde a Stellantis jamais se atreveria a comercializar um carro com segurança tão precária”, desabafa Stephan Brodziak, Presidente do Conselho de Administração do Latin NCAP.
O executivo prossegue: “como consumidores latino-americanos, pedimos encarecidamente que a Stellantis pare de produzir carros que representam um risco tanto para seus ocupantes quanto para os outros usuários da via com os quais compartilham a estrada”.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.