Carregar carro elétrico em lugar fechado é perigoso? Veja o que dizem especialistas e entenda os riscos
Carregar veículos elétricos em ambientes fechados pode apresentar riscos. Saiba como evitá-los seguindo recomendações de especialistas
A recarga de carros elétricos em garagens e estacionamentos cobertos levanta dúvidas importantes sobre segurança. Especialistas apontam riscos potenciais, como superaquecimento de baterias e ventilação inadequada. A seguir, você vai entender o porquê dessas preocupações, além de conferir orientações práticas para um uso mais seguro e consciente.
Recarga de elétricos preocupa
Com o crescimento da frota de carros elétricos no Brasil, uma nova dúvida vem ganhando força entre motoristas, síndicos e engenheiros: carregar carro elétrico é perigoso em lugar fechado?
A princípio, a resposta não é tão simples quanto parece, e envolve riscos estruturais, normas técnicas e até o tipo de extintor de incêndio.
Em prédios residenciais, garagens subterrâneas e até shoppings, a instalação de eletropostos virou tendência. Mas será que esses espaços estão realmente preparados para lidar com um eventual incêndio em bateria de lítio?
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A preocupação dos engenheiros com a recarga em locais fechados
No início de junho, o Crea-SE (Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Agrimensura de Sergipe) emitiu uma nota técnica pedindo cautela.
Ou seja, a recomendação é clara: evitar carregar veículos elétricos em locais fechados, como garagens de prédios e estacionamentos subterrâneos.
O motivo? Incêndios em baterias de lítio atingem temperaturas de até 1.000 ºC, calor que compromete a estrutura de concreto e pode causar o colapso parcial ou total do prédio.
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Segundo a ABNT, a 600 ºC, o concreto já perde mais da metade de sua resistência. Além disso, em ambientes com ventilação insuficiente, os vapores tóxicos liberados pelo fogo não se dissipam, aumentando o risco para a saúde e dificultando o controle das chamas.
Confira também: Como instalar um carregador de carro elétrico em casa com segurança
O que torna esse tipo de incêndio tão perigoso?
Diferente de incêndios comuns, que podem ser combatidos retirando calor, combustível ou oxigênio (o chamado triângulo do fogo), as baterias de lítio formam o que se conhece como tetraedro do fogo.
Assim, é necessário combater a reação química interna, o que exige extintores de classe D, específicos e caros, custando até R$ 3 mil.
E o uso de água? Pode agravar a reação química do lítio, tornando o combate ainda mais perigoso. Segundo o próprio Crea, somente brigadas especializadas e com equipamentos adequados deveriam intervir nesse tipo de fogo.
Afinal, carregar carro elétrico é perigoso?
Apesar dos riscos em situações extremas, os incêndios em veículos elétricos são raros. A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) afirma que carros a combustão têm até 60 vezes mais chances de pegar fogo durante sua vida útil.
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Exemplos reais ajudam a entender:
- Em São Paulo, um ônibus elétrico bateu e pegou fogo em 2024. Apesar das chamas, o isolamento da bateria funcionou e impediu uma reação em cadeia.
- Em Itajaí (SC), um incêndio atribuído a uma scooter elétrica foi, na verdade, causado por um carro a combustão. A bateria da moto, mesmo exposta ao calor intenso, não sofreu danos estruturais.
Então, qual é o caminho seguro?
A recomendação de engenheiros e entidades como o Crea é clara: ainda falta regulamentação específica para pontos de recarga em ambientes fechados.
Até que isso aconteça, o mais seguro é realizar recargas em áreas abertas e ventiladas, mantendo distância mínima de três metros entre os veículos.
Enquanto isso, o mercado trabalha em soluções como baterias de estado sólido, softwares de segurança aprimorados e melhores revestimentos térmicos, tecnologias que devem tornar os elétricos ainda mais confiáveis nos próximos anos.
O que você acha dessa polêmica? Você se sentiria seguro carregando seu carro elétrico na garagem do prédio? Comente abaixo e compartilhe sua opinião! E claro, não esqueça de acompanhar as novidades do setor automotivo aqui no Garagem360.
Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.
