Briga entre montadoras de produção nacional é vantajosa para as marcas chinesas

As montadoras tradicionais têm se mostrado insatisfeitas com o mercado, porém a desorganização pode facilitar para as marcas chinesas. Veja. 

Recentemente a Anfavea se posicionou a favor da volta de taxação de impostos aos carros elétricos no Brasil. Porém, não é somente isso que pleiteia as montadoras de produção nacional, o que pode facilitar para as marcas chinesas. Veja. 

Montadoras asiáticas têm se destacado no segmento de carros elétricos (Foto: Divulgação)

Divisão de montadoras favorece marcas chinesas

Um desejo comum faz parte das fabricantes que compõem o quadro da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea): a volta da taxação dos carros importados no país. 

Dessa forma, as marcas da associação, com produção nacional, acham justo que os carros elétricos, por exemplo, tenham o retorno do imposto, dispensado há alguns anos. 

No entanto, não é apenas essa a bandeira defendida pelas fabricantes da associação, o que aumenta as chances das montadoras chinesas trabalharem para impedir a volta da taxação. 

Montadoras asiáticas têm se destacado no segmento de carros elétricos (Foto: Divulgação)

Racha na Anfavea

Apesar de terem o mesmo objetivo quanto à taxação dos veículos importados, as marcas que constituem a Anfavea também nutrem expectativas diferentes. 

Um dos exemplos mais emblemáticos das divergências entre as empresas do quadro é a diferenciação de tratamento, segundo algumas montadoras, dado à Stellantis. 

Isso seria praticado pela isenção de impostos atribuída ao Grupo automotivo formado por montadoras como Fiat, Peugeot e Citroën, por exemplo. 

Volta de impostos aos carros elétricos

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o retorno dos impostos aos carros elétricos seria uma forma de equiparar as condições de mercado em relação aos veículos a combustão.

A expectativa inicial da Anfavea era para uma decisão do governo ainda em setembro, o que não ocorreu. 

A Anfavea defende a volta da alíquota de 35% para a importação dos carros elétricos, como acontece com os veículos à combustão. 

Chineses ficam à margem

Enquanto as próprias marcas da Anfavea perdem tempo e energia brigando entre eles, quem agradece são os fabricantes chineses. 

Principais responsáveis pelo melhor momento dos carros elétricos no país, montadoras como BYD e GWM já contam com grande sucesso com seus lançamentos recentes para o país.  

Se a Anfavea é favorável a uma volta de impostos sobre a importação de carros elétricos, a BYD se posiciona contra, como não poderia ser diferente. 

Segundo o conselheiro especial da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, é ‘’descabida uma taxação de carros elétricos que visam contribuir para a proteção ao meio ambiente”.

Sendo assim, a BYD, uma das fabricantes chinesas com melhor desempenho de vendas nos últimos meses, não acredita no fim da isenção de impostos por parte do governo, ou pelo menos, faz pressão para que isso não aconteça.

Escrito por

Gervásio Henrique

Jornalista com maior experiência profissional no setor automotivo. Atualmente redator do Grupo Gridmidia com foco no portal Garagem360. Temas como: mobilidade, serviços e setor de caminhões estão entre as preferências.

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