Brasil vive maior crise de oferta no setor automotivo; considera Anfavea
Brasil vive maior crise no setor automotivo: Anfavea comenta sobre a oferta no setor. Novembro sentiu os impactos na indústria. Entenda!
O ano de 2021 não tem sido um período fácil para o setor automotivo. A alta do dólar e a escassez de semicondutores automotivos são alguns dos agravantes que prejudicam a produção no segmento. Confira a análise da Anfavea!
Brasil vive a maior crise de oferta da história
A inédita crise de oferta, provocada pela carência global de semicondutores, continua derrubando os números da indústria automobilística, e não foi diferente em novembro. Mesmo com uma ligeira melhora de 6,5% nas vendas na comparação com outubro, os resultados ficaram muito aquém para um mês historicamente aquecido.
Licenciamento caiu 23,1% no comparativo com novembro de 2020
Os 173 mil autoveículos licenciados no penúltimo mês do ano, representaram um recuo de 23,1% sobre o mesmo mês de 2020, no pior novembro em 16 anos, segundo as estatísticas apresentadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos, a Anfavea.
Produção teve alta de 15,1% sobre outubro, mas os resultados ainda são ruins
Apesar do retorno às atividades da maioria das fábricas, o ritmo de produção contínua prejudicado. Em novembro foram produzidas 206 mil unidades, 15,1% a mais que em outubro, porém 13,5% a menos que em novembro de 2020, configurando o pior resultado para o mês desde a crise de demanda de 2015.
Exportações anotaram queda
As exportações também não trouxeram alívio no mês passado, com apenas 28 mil unidades embarcadas, queda de 6% em relação ao mês anterior e de 36,3% sobre novembro do ano passado.
“Temos muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas, à espera de componentes eletrônicos. Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”, afirmou o Presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes.
Crise no setor automotivo permanecerá até o fim de 2022, aponta Moraes
Moraes também acrescentou que a expectativa para o próximo ano é de uma melhora gradual no fornecimento de semicondutores, embora a solução completa da crise só esteja prevista para o final de 2022.
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Segmento de veículos de transporte de carga crescem em novembro
De acordo com Moraes, chama a atenção a diferença de desempenho de mercado dos veículos de transporte de carga, muito superior ao dos modelos voltados para passageiros. No acumulado do ano, caminhões cresceram 46,3%, picapes 28,4% e furgões 27,8%, quando comparados aos volumes dos primeiros 11 meses de 2020.
Por outro lado, automóveis recuaram 1,3%, vans cresceram 1,6% e ônibus subiram apenas 0,7%. “Dentro do universo de automóveis, vale uma ressalva para a evolução de vendas dos SUVs, que cresceram 30% sobre o ano passado e em novembro representaram impressionantes 45,5% do total de carros de passeio”, destacou o Presidente da Anfavea.
Ainda como reflexo dos efeitos causados pela pandemia e a paralisação de diversas fábricas ligadas ao setor automotivo, o mercado tem enfrentado a maior crise de oferta da história. Como consequência, o mercado de seminovos e usados superaqueceu, algo que ocasionou na alta no preço de todos os veículos. Essas, já chegam a 30% no comparativo com 2020.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.