Brasil precisa de política de mobilidade para carros elétricos, diz Associação

A criação de projetos que incluam o aluguel de carros  elétricos nas frotas públicas e privadas é essencial para fazer com que o País avance na massificação dos elétricos. É o que defende a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).

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Abla diz: Brasil precisa de política de mobilidade para carros elétricos

“Seria um passo inicial importante para o objetivo de popularizar a eletrificação”, diz Daniel Bittencourt, diretor da Abla no Rio de Janeiro. Para ele, o uso de carros elétricos por meio de aluguel é uma tendência natural. “Não será possível uma expansão em massa sem envolver locadoras e grandes frotistas”, afirma.

Em 2021 as locadoras superaram a marca de 3.519 mil veículos híbridos e elétricos na frota do setor – somando autos, comerciais leves, caminhões, ciclomotores, ônibus, motos e outros. 

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De acordo com a associação, entre os usuários a aceitação é surpreendente. “É visível o desejo por mais sustentabilidade e isso se aplica também ao transporte, mas as locadoras precisam de volume para que possam investir com ênfase e mais rapidamente em modelos do gênero”, avalia Bittencourt.

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carros elétricos (Foto: Pixabay)

Programa Rota 2030

No Brasil, o Programa Rota 2030 tenta fomentar os carros eletrificados desde 2018. Mas ainda há poucos benefícios para veículos do tipo no País. “Ainda há muitos entraves”, afirma Bittencourt. “É necessário ter uma política de mobilidade específica a se seguir, assim como incentivos para estimular a adesão. Nem tudo é questão de dinheiro, mas boa vontade em encontrar soluções”, defende. 

A padronização dos conectores é outro fator, segundo o diretor da Abla, crucial para a massificação do carro elétrico no Brasil.

“Há uma tendência natural ao padrão europeu T2, mas o mais próximo que temos hoje em dia de algo oficial é que os órgãos federais têm uma normativa que, na compra de carro elétrico, ele tem que ser nesse padrão”, afirma.

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(Foto: Pixabay)

Contudo, carros chineses, principalmente os mais simples – que não são comercializados na Europa –, utilizam um padrão chamado GB/T. E há ainda o padrão japonês, que faz necessário o uso de um adaptador. 

De acordo com Bittencourt, outro ponto essencial é com relação à necessidade de eletropostos em ambientes externos e em grande quantidade, já que o abastecimento tende a levar mais tempo em comparação aos combustíveis fósseis. “Precisa fazer parte da rotina do usuário de carro elétrico, para não atrapalhar o dia-a-dia.”

carros elétricos
(Foto: Michael Fousert/Unsplash.com.com)

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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