Brasil pode ser exportador de carros elétricos da GM; entenda
O Brasil pode ter um papel importante nos planos da GM. Isso porque o País pode se transformar em um exportador de carros e tecnologias.
O mercado de carros elétricos vem crescendo bastante. E do mesmo modo que outras montadoras, a General Motors já falou sobre suas estratégias para o futuro. E o Brasil pode ter um papel importante. Isso porque o País pode se transformar em um exportador de carros elétricos da GM e de tecnologias. Mas isso dependerá de alguns fatores.
Brasil exportador de carros elétricos da GM? Entenda essa história
Quem disse isso foi a vice-presidente de Relações Governamentais e de Comunicação da GM para a América do Sul, Marina Willisch. Em entrevista à EXAME Invest, ela falou sobre os mais diversos assuntos. Desde a volta ao trabalho presencial até as futuras tecnologias dos automóveis. Sem falar dos planos de eletrificação da marca.
E o Brasil pode ser importante neste quesito. Segundo ela, o País tem toda uma estrutura para seguir nesta transformação da indústria automotiva a caminho da eletrificação. Neste caso, ela fala em minerais, mão-de-obra qualificada, uma academia forte e capacidade de produção.
Claro, sem esquecer dos fornecedores globais e da necessidade de investimentos Foram citados ainda os “consumidores exigentes a partir do momento em que puderem experimentar carros elétricos”. Ou seja, com tudo para que o País se torne um desenvolvedor, produtor e exportador de carros elétricos.
“Com todo esse conjunto, potencial e vocação, temos condições de nos tornarmos um pólo de desenvolvimento, produção e exportação de veículo elétrico e das tecnologias. Não ficarmos só no CKD (montagem de carro).
Trazer essa realidade para o Brasil seria excelente não só do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade como também social. Imagine a quantidade de emprego qualificado, de pesquisa, de desenvolvimento. A eletrificação é inexorável e o trem já partiu.
A GM está na locomotiva. O Brasil quer entrar ou vai ficar com o carro a combustão? Do ponto de vista de comércio internacional, o Brasil não só não vai exportar — na América do Sul são mais de 400 milhões de pessoas — mas terá que receber modelos desenvolvidos e pensados para outros países”, explicou Marina Willisch à EXAME
Mas sociedade precisa abraçar a causa
Ao ser questionada sobre o aceleramento do planos de eletrificação da GM, ela explicou sobre o tratamento dos efluentes das fábricas. Ela citou ainda que as plantas localizadas nas cidades de Gravataí-RS, São Caetano do Sul-SP e Joinville-SC já possuem certificações ecológicas, geração fotovoltaica e entre outros.
No entanto, foi percebido que não era o suficiente, já que o produto final polui. Foi assim que foi definida política chamada de “zero, zero e zero”. Ou seja, todas as direções da marca estão na direção da eletrificação total.
Lembrando que a General Motors já possui suas metas para os próximos anos. Ela pretende, por exemplo, ser uma marca exclusivamente elétrica a partir de 2035. Além de ser livre de emissões de carbono a partir de 2040.
Mas ela diz que é preciso um outro ponto importante: a conscientização da população. Não só da companhia. Neste caso, ela analisa que a sociedade precisa conhecer melhor os atributos de um carro elétrico.
“E, claro, será preciso que toda a sociedade, não só a empresa e o setor, se organize e esteja tocando na mesma orquestra para que essa transformação aconteça.
Tem toda a parte de conscientização e de conhecimento do produto: um carro que você carrega em casa, que não faz barulho, que tem autonomia de até 500 a 600 quilômetros…”, disse Marina.
Na mesma entrevista, a dirigente fala nas experiências que as pessoas precisam ter com um veículo assim e que muitos confundem carros elétricos e carros híbridos.
Preços dos carros e incentivos carros elétricos da GM
Quando se fala em carros elétricos, um ponto bastante questionado é com relação aos preços cobrados por eles. Aqui no Brasil, por exemplo, o veículo 100% elétrico mais barato custa mais de R$ 140 mil. A vice-presidente de Relações Governamentais e de Comunicação da GM para a América do Sul também falou sobre o assunto.
“A GM está investindo para reduzir o custo da bateria e trabalhamos com startups e parceiros para melhorar a infraestrutura. E temos a visão de que são necessárias políticas públicas de apoio, que União, Estados e municípios também convirjam para essa visão de sustentabilidade do mundo neutro em carbono.
Quando isso vai acontecer? Não sei. Mas o mundo está mandando recados bem claros de que é preciso mudar.”, comentou.
E as políticas públicas não serão apenas importantes nesta questão. Ela também falou sobre as políticas públicas que são interesse de quem está consumindo o produto e que uma saída é o benefício tributário. Um bom exemplo disso é a liberação dos carros do rodízio municipal.
Marina ainda diz que isso depende também da necessidade de quem tem um carro elétrico. Por fim, ela explicou que a demanda por carros elétricos já está maior que a oferta e que serão lançados 30 carros elétricos em todo o mundo até 2025 (com novidades para o mercado brasileiro).
Com informações de EXAME Invest
Jornalista graduado pela Universidade Metodista de São Paulo em 2017. Redator do Garagem360 desde 2021, onde acumula desde então experiência e pesquisas sobre o setor automotivo. Anteriormente, trabalhou em redação jornalística, assessoria de imprensa, blog sobre futebol e site especializado em esportes.