A estimativa é de Marco Aurélio de Barcelos Silva, presidente da Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias (ABCR). De acordo com ele, o número de concessões de rodovias pode chegar a 48 mil km de estradadas sob os cuidados de empresas privadas.
Enquanto isso, o especialista e engenheiro Antonio Wrobleski, presidente do Conselho de Administração da Pathfind, analisa erros e acertos na concessão de rodovias, no caso, da Via Dutra. Saiba detalhes.
Concessões de rodovias: número de estradas geridas por empresas privadas pode duplicar
O Brasil poderá duplicar a extensão de rodovias concessionadas em até cinco anos segundo o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Marco Aurélio de Barcelos Silva.
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Hoje, as empresas privadas são responsáveis pela concessão de 24 mil km de estradas de acordo com Silva, número que poderá atingir 48 mil km.
O executivo avalia que boa parte das novas concessões devem se originar dos leilões previstos – somente o governo federal estaria responsável pela estruturação de cerca de 19 mil km passíveis de concessão.
O presidente da ABCR também destacou o papel dos investimentos públicos em infraestrutura, hoje estimados entre 7 e 8 bilhões de reais por ano, dos quais metade seria canalizado para o modal rodoviário.
Silva também acredita que o setor público pode abrir espaço para concessões menores focados somente em manutenção de rodovias, cuja remuneração viria dos serviços prestados em estradas de menor dimensão, exigindo contratos menos complexos.
Riumar dos Santos, presidente da Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas e Rodagem (Abder), por sua vez, destacou que o Brasil tem ainda um grande potencial no setor de construção rodoviário
“O país tem 1,7 milhão de rodovias, das quais cerca de 260 mil km são pavimentados. Somente a França – que tem o tamanho de Minas Gerais – totaliza 800 mil km de estradas pavimentadas. Já os Estados Unidos têm praticamente metade de seus 3,8 milhões de km de estradas já pavimentadas.”
Os erros cometidos durante a nova concessão da via Dutra
O novo contrato de concessão da principal rodovia do Brasil, a Via Dutra, começou a valer em março deste ano, onde o local está sob os cuidados da CCR Rio-SP.
“Acho importante pontuar alguns erros e acertos diante das novidades apresentadas pela concessionária”, afirma o engenheiro Antonio Wrobleski, Presidente do Conselho de Administração da Pathfind.
A rodovia faz a ligação entre as duas principais cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, e passa por uma das regiões mais industrializadas do país, o Vale do Paraíba.
A concessão foi renovada por mais trinta anos para o mesmo grupo que já tinha o contrato para gerir a rodovia.
Diante do novo contrato, o especialista aponta alguns erros cometidos durante a nova concessão, como a desoneração do pagamento de pedágios de motos e afins.
“Quando se fala em desoneração, alguém acaba pagando por isso, ou seja, sobra para quem utiliza a rodovia. Não faz o menor sentido, já que a moto polui mais que automóvel”, afirma.
Para o engenheiro Antonio Wrobleski é importante frisar, também, que no pagamento das tarifas para as categorias de caminhões devem ser repensadas, como o pagamento por eixo.
Outra questão está ligada ao meio-ambiente. Para ele, a concessionária poderia pensar em algumas soluções dentro do conceito ESG (Environmental, Social and Governance), como por exemplo, caminhões que utilizam motor ‘Euro 5’ deveriam pagar menos, pois poluem bem menos.
“Acredito que é uma missão não só da CCR Rio-SP, mas como de todas as concessionárias repensar a questão das desonerações de pagamentos e principalmente incentivar que seus usuários utilizem cada vez mais equipamentos menos poluentes”, conclui.
