Brasil deverá ter mais de 5 milhões de carros elétricos em 2035, diz estudo
Levantamento aponta que a frota de carros elétricos no país seja de mais de 5 milhões em 2035. Em julho, o segmento atingiu o número de 100 mil eletrificados. Veja os detalhes.
Carros elétricos no Brasil: estudo prevê 5 milhões de unidades em 2035
De acordo com um estudo da consultoria Kearney, encomendado pela General Motors, o Brasil deverá ter um frota de 5,5 milhões de carros elétricos até 2035.
O segmento dos carros 100% elétricos é o que mais cresce no mundo. Representaram mais de 7% das vendas de automóveis e comerciais leves em 2021.
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Políticas voltadas à redução de emissões, maior conhecimento dos benefícios dos carros zero emissão e o aumento no preço dos combustíveis são fatores que contribuem para o maior interesse global pelos EVs, assim como a maior oferta de modelos e a redução da diferença de preço em relação aos demais tipos de automóveis.
A tendência é que a venda de veículos elétricos e eletrificados continue a crescer também no Brasil.
Estudo do BCG divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê que dois terços dos veículos vendidos no país serão eletrificados até 2035, caso as empresas sigam por aqui tendências globais.
Carro elétrico é 10 vezes mais eficiente que a gasolina
Existem diferentes maneiras de medir o impacto do uso de um automóvel em relação ao aquecimento global. Para especialistas, a melhor maneira de calcular a emissão de um automóvel é somando os gases que o veículo emite pelo escapamento mais o impacto que a produção do seu combustível provoca no meio ambiente. É a famosa equação “do poço à roda”.
Um mesmo modelo de carro pode apresentar resultados diferentes dependendo do mercado. Esta oscilação ocorre devido a variações, entre elas a da matriz energética daquele país.
No Brasil, por exemplo, a gasolina conta com até 27% de etanol em sua composição e existem carros que podem rodar apenas com o combustível vegetal.
Outro fato é que 84% da energia elétrica vem de fontes renováveis, como a hídrica, a solar e a eólica. Tudo isso cria perspectivas diferentes para cada tecnologia de propulsão.
Aqui, o carro elétrico vira uma opção ainda mais sustentável. Mais que o carro híbrido e mais que o flex, como mostra tabela abaixo, que considera o percentual médio de emissão de CO2 equivalente por tipo de propulsão em comparação com carros puramente a gasolina:
Gasolina 100%
Flex 79%
Híbrido Flex 57%
Elétrico 10%
A conta leva em consideração a média de eficiência energética dos automóveis comercializados no país e participantes do programa de etiquetagem veicular do Inmetro, tendo os resultados comparados com um carro puramente a gasolina.
Os cálculos foram feitos de acordo com uma metodologia inovadora em elaboração pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), que aplica a intensidade de carbono da matriz energética local.
“Dentro do conceito do poço à roda, tanto um veículo Flex quanto um híbrido trazem ganhos ambientais importantes em relação a um movido puramente a gasolina. Já um carro elétrico é cerca de 10 vezes mais eficiente, em média, até porque é o único que consegue conciliar a eficiência do motor elétrico com a matriz energética predominantemente limpa do Brasil.
Tudo isso porque o EV roda em tempo integral no modo zero emissão – nem escapamento tem”, explica Luiz Gustavo Moraes, gerente de regulamentações da GM América do Sul.