Brasil cobra do distribuidor de combustíveis o custo pela geração de poluentes

Distribuidoras de combustíveis no Brasil pagam por emissão de poluentes do produto, o que consequentemente deixa o preço final mais caro.

De acordo com o presidente da Rodoil, o alto valor pago pelas distribuidoras de combustíveis impacta diretamente no preço repassado para o consumidor final. A medida é fruto da iniciativa da Política Nacional Renovabio, focada na sustentabilidade.

Distribuidoras de combustíveis no Brasil pagam por emissão de poluentes do produto, o que consequentemente deixa o preço final mais caro (Foto: Canva)

Taxa de poluentes cobradas de distribuidoras deixa os combustíveis mais caros

A RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis, instituída pela Lei nº 13.576/2017, que tem como objetivos contribuir para o cumprimento dos compromissos determinados pelo Brasil no Acordo de Paris, trazendo recursos de fontes poluidoras para não poluidoras, ou seja, renováveis.

Sobre o assunto, o presidente da Rodoil, Roberto Tonietto, a RenovaBio é uma iniciativa importante para a sustentabilidade, mas que precisa de uma reestruturação para que distribuidores e consumidores parem de sofrer com prejuízos.

Tonietto conta que o primeiro prejuízo gerado pela legislatura brasileira é o de que o Brasil é o único país que cobra do distribuidor a geração do produto poluidor. Em todos os outros países, o custo é exclusivamente do fabricante, não sendo repassado para o distribuidor, e consequentemente, nem para o consumidor final.

“O segundo é que as distribuidoras são obrigadas a adquirir uma cota anual de créditos de carbono, mas os produtores não são obrigados a vender. O que no final do ano pode ocasionar o não fechamento da conta”, explica Tonietto.

A alta demanda e a não obrigatoriedade da venda acarretam no aumento do valor do crédito de carbono. “No início do ano uma unidade custava R$60,00, atualmente o valor chega à R$200,00”, conta o presidente.

 “A RenovaBio é uma iniciativa muito boa, mas que precisa ser revista pelo governo para que o consumidor final não sofra ainda mais com os aumentos”, finaliza Tonietto.

Todos esses valores pagos pelos distribuidores impactam diretamente no preço da gasolina repassada ao consumidor.

Taxa pode deixar combustíveis mais caros (Foto: Freepik)

Gasolina tem preço médio de R$ 6,79

De acordo com dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o preço médio do litro da gasolina comercializado nos postos de abastecimento do País fechou a primeira quinzena de julho a R$ 6,79, valor 10,22% mais barato se comparado ao fechamento de junho.

Também em queda, o preço do etanol recuou 6,33% em relação ao mês anterior, e fechou o período a R$ 5,62.

“Após a redução da alíquota do ICMS, houve um recuo expressivo no preço desses combustíveis, se comparado ao mês passado.” Afirma Douglas Pina, Diretor-Geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil

O executivo também afirma que houve um redução nos postos de abastecimento de todas as regiões brasileiras, a exemplo do Distrito Federal, onde a gasolina ficou 19,68% mais barata para os motoristas; e no Rio de Janeiro, onde a queda chegou a 13,39% para o etanol, segundo o IPTL.

São Paulo continua na liderança da gasolina mais barata do País, comercializada a R$ 6,13, com redução de 12,34%. Já a média mais alta para esse combustível foi registrada no Piauí, a R$ 7,41, mesmo estando 8,17% mais barata.

Após redução do ICMS gasolina registra baixa (Foto: Freepik)

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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