Bloqueios em rodovias: multas ultrapassam R$ 5,5 milhões

Mais de R$ 5,5 milhões em multas já foram aplicadas contra militantes que realizam bloqueios em rodovias e atos antidemocráticos em vários pontos do País, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em nota, a pasta afirma que os valores das 912 multas aplicadas variam, conforme o tipo de infração, entre R$ 5 mil e R$ 17 mil.

Bloqueios em rodovias são infração de trânsito gravíssima

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), comete infração gravíssima o condutor que utiliza veículos para, deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização de entidade de trânsito. A multa mais cara, de R$ 17 mil, é destinada àqueles identificados como organizadores dos bloqueios.

“Em caso de reincidência, aplica-se em dobro a multa no período de 12 meses. Ainda de acordo com o CTB, as penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incorram na infração”, alerta o ministério.

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Bloqueios em rodovias prejudicam a economia

Bloqueios em rodovias são atos políticos (Foto: Marcos Thiago/Rádio Planalto)

Os bloqueios tiveram início após militantes bolsonaristas se mostrarem inconformados com a proclamação do resultado das eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a vitória do candidato do Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolhido pelo voto da maioria dos eleitores no domingo (30).

Na manhã de terça-feira (1º), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes havia determinado o desbloqueio imediato das estradas, com punições aos manifestantes e ao diretor-geral da PRF em caso de descumprimento. 

Além disso, o ministro decidira que agentes da Polícia Militar tinham autorização para atuar em rodovias estaduais e federais para imediata desobstrução e impedir a dificuldade de passagem de veículos.

Enquanto representantes dos caminhoneiros negavam a participação da categoria nos bloqueios, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez um alerta para o risco de desabastecimento e a falta de combustíveis, caso rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas. 

Em nota, a entidade alertou que as indústrias já sentem os impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores.

Segundo a CNI, as paralisações atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais.

Dados da CNI mostram que 99% das empresas brasileiras usam as rodovias para transporte de sua produção. “O setor industrial se posiciona contrariamente a qualquer movimento que comprometa a livre circulação de trabalhadores e o transporte de cargas e que provoque prejuízos diretos no processo produtivo e na vida dos cidadãos – os mais impactados com essa situação”, destacou a CNI em nota.

Com informações da Agência Brasil.

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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