Aumento do preço do frete em 2022 chega a mais de 50%, aponta índice

No terceiro trimestre de 2022, foi registrado um aumento do preço do frete superior a 50% ante o mesmo período de 2022, segundo o IFR.

O preço médio do frete por quilômetro rodado fechou o terceiro trimestre de 2022 com alta de 56% em relação ao mesmo período de 2022. Com média de R$ 7,87, o preço apresentou ainda um acréscimo de 11% em relação ao trimestre anterior. O aumento do preço do frete trimestral se consolidou apesar da redução aferida no mês de setembro em relação a agosto, que foi de 4,6%.

Os dados fazem parte do último Índice de Frete Repom (IFR), levantado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Repom, empresa especializada em soluções tecnológicas de gestão e pagamento de despesas para o mercado de transporte rodoviário de carga.

Diesel puxa aumento do preço do frete; ganho de caminhoneiro diminui

Aumento do preço do frete é realidade no Brasil (Foto: Dreamstime)

O preço médio do frete por km ao longo de 2022 fechou em R$ 7,10, ao final de setembro. Compõem este valor: 

  • Gastos com combustível (diesel) – 40,12%; 
  • Custos com o caminhão – 34,45%; 
  • Impostos –  9,57%. 

O IFR aponta para a redução dos ganhos dos caminhoneiros. O levantamento apurou que o percentual de custo de mão de obra do caminhoneiro na composição do preço médio do frete diminuiu de 14,82%, em 2021, para 12,12%, neste ano.

“Quando comparamos o cenário atual com 2019, período pré-pandemia, em que o custo de mão de obra do caminhoneiro correspondia a 18% do valor do frete, percebemos que esses profissionais acabam barateando sua mão de obra para continuar trabalhando. Os números apontam que as despesas estão pesando cada vez mais no bolso dos caminhoneiros”, destaca Vinicios Fernandes, diretor da Repom.

O IFR também apurou que, em 2021, 14% da frota de caminhões que circulam nas rodovias do Brasil tinha idade média de até três anos; 29% entre 4 a 10 anos; 43% entre 11 e 20 anos; e 12% com mais de 20 anos. 

“Isso significa que a maior parte da frota circulante está envelhecida e que a renovação está acontecendo de forma lenta, um reflexo do aumento do preço dos caminhões e das taxas de juros, o que impulsiona a demanda por manutenção e o consumo de combustível”, afirma Fernandes.

Aumento do preço do frete de itens da construção civil supera os 100% em dois anos

Caminhão de transporte de cimento a granel (Foto: Divulgação)

Na análise das mercadorias transportadas com maior aumento do preço do frete, o IFR identificou que itens que são insumos da construção civil – como aço, metal e cimento – tiveram um incremento de 132% no preço médio do frete por km em relação a 2020.

No segmento do agronegócio, o valor médio aumentou 65% em 2022, na comparação com 2020. Na análise detalhada sobre o tipo de mercadoria com maior aumento do preço do frete, o milho e a soja são os campeões de variação desde 2016. Se comparado a 2021, neste ano o frete do milho ficou 67% mais caro, e o da soja 33%.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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