Audiência da F1 sobe em 4% durante temporada de 2021 e modalidade vê futuro promissor
Nos últimos 10 anos, o interesse das pessoas pela Fórmula 1 caiu e o auge da modalidade foi deixado para trás. É possível perceber isso no Brasil, onde o interesse pelas corridas caiu com o tempo, algo potencializado pela ausência de um piloto brasileiro. Entretanto, desde o ano passado, os números parecem mais promissores. Um aumento de 4% na audiência, em comparação com 2020, mostrou que a presença digital tem dado resultados e a F1 pode voltar a crescer nos próximos anos.
Essa presença no universo online só aconteceu com a transição feita pela Liberty Media, que comprou os direitos da Fórmula 1 por US$ 4,4 bilhões em 2016. A empresa decidiu abrir a modalidade para o mercado digital, e os fãs aprovaram a ideia. Apenas no Instagram, por exemplo, são mais de 17 milhões de seguidores. Esse forte alcance nas redes sociais só foi possível com as ações da nova dona da modalidade, que investiu pesado neste sentido.
Um artigo especial feito pela equipe da Betway, site de apostas em F1, mostra como essa mudança foi sendo feita gradualmente. A Liberty Media criou um ecossistema nas redes sociais, que transformaram os conteúdos em algo mais vibrante e íntimo No canal do YouTube, é possível ver um compilado de mensagens via rádio trocadas entre pilotos e equipes. Não faltam também bastidores, memes e muitos conteúdos leves mostrando os profissionais fora do carro de corrida. Além disso, a empresa também criou a F1TV, um serviço de streaming para os fãs acompanharem as corridas ao vivo.
Tudo isso acabou influenciando na audiência, e o resultado veio no ano passado. A temporada marcada pelo título de Max Verstappen, campeão com 395,5 pontos conquistados, conseguiu registrar uma alta na audiência de 4%, em comparação com 2020. Ou seja, mais de 1,5 bilhão de pessoas acompanharam as corridas na temporada. Um número que deve continuar crescendo, sobretudo com a consolidação da F1 como um conteúdo popular nas redes sociais.
Sucesso em números
Além do crescimento da audiência durante todo o ano passado, a F1 também registrou alguns recordes nas transmissões de GPs. Por exemplo, durante a última etapa, no GP de Abu Dhabi, mais de 108 milhões de espectadores acompanharam a disputa entre Lewis Hamilton e Verstappen. Foi um crescimento de 29% e um novo recorde para a corrida realizada no país árabe. Ou seja, estamos falando de números cada vez melhores entre os fãs.
O blog Betway Insider também mostrou no levantamento toda a força dos torcedores dos Estados Unidos. A reportagem aponta um crescimento de 58% na audiência por lá, e uma das principais motivações foi a presença da equipe norte-americana Haas. Apesar de não vencer nenhuma corrida, a construtora foi protagonista nos bastidores da série Drive to Survive, produzida pela Netflix, que acompanha o mundo da F1 de um ângulo diferente do habitual.
Essa série documental foi, na verdade, uma excelente ferramenta de marketing para conseguir novos fãs de automobilismo. A ideia dos produtores era mostrar a F1 de uma maneira diferente, com um ângulo que as transmissões nos finais de semana não conseguem. Um plano que foi bem-sucedido, que garantiu a renovação da série e um grande índice de audiência na plataforma de streaming.
Sucesso na Band
Outra mídia que ganhou com isso foi a Band, que tomou os direitos de transmissão da F1. A emissora conseguiu um bom acordo contratual para transmitir as corridas, afinal a audiência no Brasil tem caído, e pode ver bons números no futuro. Esse retorno da modalidade é algo essencial para as equipes, e também para o canal brasileiro que apostou na força da F1 por aqui. Algo arriscado, mas que parece ter sido bem executado.
A Fórmula 1 sempre foi uma modalidade de grande audiência, mas que sofreu com a digitalização do entretenimento. Desde que chegou em 2016, a Liberty Media faz um trabalho para que os pilotos e as equipes sejam mais apertadas aos torcedores. O resultado está no crescimento de 4% da audiência em 2021, um número que tem tudo para continuar crescendo nos próximos meses. Essa temporada deve mostrar isso, e consolidar o crescimento da F1 entre os fãs digitais e presenciais.
Jornalista por formação com mais de 15 anos de experiência em redação geral e automobilística. Passagens pelo caderno "Máquina e Moto" do Jornal Agora São Paulo, Folha online, Jovem Pan, Uol, Mil Milhas, Revista Consumidor Moderno, Portal No Varejo, entre outros. Atualmente dedica-se a função de editora do portal Garagem360, apurando notícias do universo automotivo e garantindo o padrão de qualidade dos conteúdos veiculados.