Audi revela detalhes da reformulação do logotipo das quatro argolas

O icônico logotipo das quatro argolas aparece repaginado nos novos modelos da Audi. Saiba como e porque a fabricante reformulou sua marca

Quando você ouve a palavra Audi, é provável que os quatro anéis surjam em sua mente – afinal, eles são o principal identificador da marca Audi. Pois agora o logotipo aparece repaginado nos novos modelos da montadora alemã, a começar pelo Q8 e-Tron, apresentado no início deste mês de novembro. 

Os quatro anéis passam a ser aplicados na carroceria dos veículos de forma bidimensional, em vez do 3D utilizado até aqui.

Confira como e por que a Audi reformulou seu tradicional logotipo

Audi Q8 e-tron traz novo logotipo da marca alemã (Foto: Divulgação/Audi)

Segundo o estrategista de marca da Audi, Frederik Kalisc, a empresa visa cativar clientes que valorizam a atenção aos detalhes, o que inclui uma abordagem de design qualitativa – a Audi costuma evocar sua paixão pela inovação, mantendo-se sofisticada e se posicionando como uma marca premium progressista:

“Existem, na verdade, apenas duas tendências básicas na apresentação da marca e no design de produtos hoje que expressam precisamente essa qualidade premium: por um lado, o expansivo e muito ousado e, por outro, o contido, puro e limpo.”

A abordagem purista corresponde à filosofia da Audi, expressa no seu slogan “Vorsprung durch Technik” – algo como “liderar pela tecnologia”, numa tradução livre. O fabricante usa substância e elementos sutis de identificação para conquistar clientes – e agora está tornando essa abordagem ainda mais consistente: cada detalhe deve projetar significado ou ter um objetivo específico.

Atualmente, os logotipos bidimensionais são tendência entre as montadoras. Em 2016, os anéis bidimensionais da Audi surgiram por causa da digitalização, quando a marca quis retratar os anéis de uma forma que se adequasse ao meio.

No entanto, a colocação do logotipo bidimensional na parte externa dos veículos surgiu pela primeira vez em 2019. Isso realmente decolou em 2020, quando a marca queria mudar a identidade corporativa de carros digitais para carros reais.

Basicamente, a Audi pretendia que seus quatro anéis icônicos “tivessem a mesma aparência em qualquer lugar, seja em seus veículos, em uma revista ou em um smartphone”, conforme explica Andre Giorgi, designer e líder da equipe de Interface da Audi.

O redesenho foi um processo intenso. Para iniciá-lo, a equipe da Audi primeiro teve que investigar a origem do logotipo e como ele evoluiu ao longo dos anos. Em 1932, quatro montadoras –  Audiwerke, Horch, DKW e Wanderer – se fundiram na Auto Union, o que serviu de inspiração para os quatro anéis entrelaçados. Mais tarde, em 1965, a Auto Union foi renomeada para o que conhecemos hoje como Audi.

Logotipo da Auto Union, precursora da Audi (Foto: Cartype)

Reformulação gráfica

O que mudou agora é a reformulação gráfica, pois a geometria do logotipo é muito parecida com as anteriores, conforme pode ser conferido no recém-lançado Audi Q8 e-tron, segundo destaca Giorgi:

“O logotipo é composto por três componentes. Estamos mantendo-o consistentemente livre de cromo com uma aparência em preto e branco de alto contraste. É como se os impressionantes flutuadores brancos estivessem embutidos em um corpo de vidro preto para um brilho ainda maior. Ao iluminar opticamente o logotipo, o branco confere aos anéis uma aparência plana e de qualidade premium, que ainda parece tridimensional em detalhes.”

A Audi acredita ter encontrado o “novo cromado” – os anéis preto e branco tornam a identidade corporativa inconfundível. Mas se você não gostou do novo design, ainda pode optar pelos anéis na cor preta – mais precisamente, a variação usa cinza escuro em vez de branco.

Segundo enfatiza Georgi não é apenas a identificação do veículo com as quatro argolas que se tornou mais premium: as fontes utilizadas tanto no interior como na parte externa dos veículos também foram padronizadas. “No futuro, nossos modelos usarão apenas a fonte exclusiva da Audi, conhecida como Audi Type. O tom básico é significativamente mais contido sem comprometer a distinção ou a qualidade”, diz. 

Para Kalisch, identificadores excessivamente visíveis, além de desviar a atenção sobre o design dos carros da marca, “provavelmente também não cairiam bem com nossos clientes contemporâneos e progressistas”.

“A identificação e o design do veículo agora atuam como uma unidade que se alinha com o novo posicionamento da marca Audi”, afirma Giorgi.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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