Artigo: carros sem motorista correrão em Indianápolis

Por Vivaldo José Breternitz*

O circuito de Indianápolis, nos Estados Unidos, começou a ser construído em 1909 e, desde 1911, serve de palco para uma das mais famosas provas automobilísticas do mundo, as 500 milhas de Indianápolis. Em outubro deste ano, o local vai receber uma corrida diferente, a Indy Autonomous Challenge. Estrelada por carros sem motorista, a prova vai envolver 30 equipes de universidades. O time ganhador receberá um prêmio de US$ 1 milhão. Além disso, segundo e o terceiro lugar vão faturar US$ 250 mil e US$ 50 mil, respectivamente.

Os organizadores dizem que o evento busca incentivar estudantes a desenvolverem softwares para veículos autônomos e inspirar jovens a se encaminharem para a área STEM – Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Para garantir o equilíbrio da disputa, todas as equipes usarão um mesmo carro. O modelo é um Dallara IL-15, com um motor Mazda 2.0 de 4 cilindros turbo. Portanto, os participantes deverão se preocupar somente com o software.

A corrida será um hackathon, uma competição com cinco etapas. A primeira é a elaboração e submissão de um documento no qual os participantes descreverão a abordagem que pretendem realizar para o desenvolvimento do software. Nas etapas seguintes, eles vão detalhar seu projeto, construir e testar o software.

Depois, tudo isso culmina na corrida propriamente dita. Serão 20 voltas pelo circuito de 4.023 metros, que deverão ser percorridas em até 25 minutos, a uma velocidade média de, no mínimo, cerca de 190 km/h. Vale destacar que o evento tem muitos patrocinadores, desde empresas de software até os fornecedores dos veículos, de pneus e outros.

Em 2019, no Reino Unido, o Robocar, um veículo movido por quatro motores elétricos, bateu o recorde mundial de velocidade para veículos autônomos: cerca de 282 km/h. Esse automóvel não tem lugar para motorista e passageiros. É interessante lembrar que, em certa ocasião, um Robocar, logo após a largada, simplesmente mudou de rumo e espatifou-se ao chocar-se com o guard rail.

É mais um passo rumo aos veículos autônomos, mas sua popularização, ao que parece, não está tão próxima.

* Vivaldo José Breternitz é doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Erica Franco
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