Artigo: a importância do fluido para freio nos veículos
Por Marcelo Martini*
Um dos componentes mais importantes para o sistema de frenagem é o lubrificante automotivo. Além dos elementos habituais, tais como pastilhas e discos de freio, este produto é essencial para garantir a manutenção e o bom funcionamento de um veículo.
O fluido para freio é composto basicamente por glicóis e visa preservar as ligas metálicas dos dutos do sistema de frenagem do automóvel. Ele trabalha em condições adversas de temperatura e por inibidores de corrosão, uma vez que entra em contato com as partes metálicas deste sistema. Além disso, é responsável por transmitir às pastilhas e lonas do sistema a força exercida sobre o pedal do automóvel quando se deseja frear. A variação na transmissão dessa força determina a eficiência do fluido que, por sua vez, está relacionada à sua viscosidade.
Saiba quando e como trocar o fluido de freio
A troca deve seguir as orientações do manual do proprietário, que indicará também o fluido correto para cada veículo. Normalmente, elas são feitas entre um a dois anos. Porém, é recomendado checar sempre o nível de fluido para evitar a sua falta.
No processo de troca é necessário realizar a sangria do fluido antigo e contaminado, para permitir a colocação do produto novo. A recomendação é a de que a troca seja feita por profissionais e que o proprietário sempre leve o veículo em uma oficina ou em um mecânico de sua confiança. É importante ressaltar que os fluidos de qualidade devem sempre estar certificados pelo INMETRO e cumprir as normas de segurança determinadas pelo instituto.
Desta forma, existem três tipos de fluido para freio no mercado, chamados de DOT pela nomenclatura do Departamento de Transportes dos Estados Unidos da América (Department Of Transportation). Seu grau é determinado pelo ponto de ebulição úmido mínimo: DOT 3 – acima de 140, DOT 4 – acima de 155 e DOT 5 – acima de 180.
Impactos da utilização de um fluido de freio de má qualidade
No momento da frenagem de um veículo, caminhão ou moto, um calor intenso é gerado pelo atrito entre a pastilha e o disco do freio. Durante esse processo, ocorre a formação de pequenas bolhas de água que se misturam ao fluido. Para não ocasionar falhas no sistema de freio e colocar em risco a vida do condutor e dos passageiros, o produto não pode ferver.
Um fluido de freio de alta qualidade apresenta uma relação eficiente entre compressão e ebulição. Quanto mais baixa a taxa de compressão e mais alto o ponto de ebulição, mais eficiente é o produto. Quando o motorista tem a sensação de que é necessário pisar mais fundo para que ocorra a frenagem, é sinal de que o fluido está velho e com perdas de suas características iniciais.
Produtos de baixa qualidade absorvem maior quantidade de água, permitindo a formação de muitas bolhas. Eles também podem provocar oxidação nas partes metálicas, contaminando o fluido e diminuindo sua vida útil. Já os produtos com alta compatibilidade de materiais e tecnologias diferenciadas garantem a proteção do sistema hidráulico do freio e da embreagem contra depósitos e corrosão.
*Marcelo Martini é Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.
Jornalista por formação com mais de 15 anos de experiência em redação geral e automobilística. Passagens pelo caderno "Máquina e Moto" do Jornal Agora São Paulo, Folha online, Jovem Pan, Uol, Mil Milhas, Revista Consumidor Moderno, Portal No Varejo, entre outros. Atualmente dedica-se a função de editora do portal Garagem360, apurando notícias do universo automotivo e garantindo o padrão de qualidade dos conteúdos veiculados.