Após desoneração, postos aproveitam para abusar no preço da gasolina

O preço da gasolina em R$ 7 em alguns postos pegou motoristas de surpresa nesta semana. É preciso ficar atento para não ser explorado.

Voltar a abastecer o carro com gasolina na casa dos R$ 7 pegou de surpresa muitos motoristas nesta semana. Impulsionado pela ganância de distribuidoras e redes de postos de abastecimento, o preço da gasolina apresentou aumentos abusivos em algumas bombas. É preciso ficar atento para não ser explorado, pois não existem motivos objetivos para grandes majorações neste momento.

Veja como ficou o preço da gasolina em todo o País nesta semana

Posto na região central de São Paulo pratica preço abusivo (Foto: Paulo Silveira Lima/Garagem 360)

Na última quarta-feira (1º), o governo federal determinou a volta da cobrança dos tributos que incidem sobre o combustível, como o PIS/Confins e a Cide. No mesmo dia, a Petrobras anunciava uma redução de preços em suas refinarias. Os cálculos do ministério da Fazenda, então, indicavam um aumento de R$ 0,34 por litro para o consumidor final.

Um dia após a volta dos tributos, a Edenred Brasil divulgou um novo levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), que apurou uma alta de R$ 0,22 no preço médio da gasolina em 1º de março, em comparação ao registrado no dia anterior (28 de fevereiro) – um aumento, portanto, menor do que o previsto pelo governo. O preço médio da gasolina no País ficou em R$ 5,63.

Segundo o IPTL, o preço médio do combustível em São Paulo foi, naquele dia, de R$ 5,30. Porém, a reportagem do Garagem 360 flagrou um posto localizado na Vila Buarque, bairro da região central da capital paulista, vendendo gasolina por R$ 6,99 – preço que não se justifica perante à lógica do mercado e deve ser considerado como uma exploração abusiva do consumidor.

Entre os Estados, a maior elevação média de preços foi apurada no Amazonas, onde a gasolina ficou R$ 0,53 mais cara, seguido pelo Rio Grande do Sul, com alta de R$ 0,41. Por outro lado, no Amapá o preço subiu apenas 5 centavos, na média, enquanto em Roraima, curiosamente, a gasolina ficou 2 centavos mais barata.

Confira como ficou o preço da gasolina em cada Estado no dia 1º e o valor de acréscimo em relação ao dia anterior:

  • AC – R$ 5,62 (+0,20)
  • AL – R$ 5,86 (+0,27)
  • AM – R$ 6,14 (+0,53)
  • AP – R$ 5,67 (+0,05)
  • BA – R$ 5,80 (+0,14)
  • CE – R$ 5,99 (+0,09)
  • DF – R$ 5,79 (+0,33)
  • ES – R$ 5,70 (+0,32)
  • GO – R$ 5,38 (+0,14)
  • MA – R$ 5,39 (+0,26)
  • MG – R$ 5,49 (+0,30)
  • MS – R$ 5,46 (+0,13)
  • MT – R$ 5,61 (+0,13)
  • PA –  R$ 5,76 (+0,22)
  • PB – R$ 5,14 (+0,09)
  • PE – R$ 5,59 (+0,39)
  • PI – R$ 5,57 (+0,18)
  • PR – R$ 5,51 (+0,22)
  • RJ – R$ 5,52 (+0,30)
  • RN – R$ 5,61 (+0,17)
  • RO – R$ 5,56 (+0,10)
  • RR – R$ 6,06 (-0,02)
  • RS –  R$ 5,53 (+0,41)
  • SC – R$ 5,51 (+0,27)
  • SE – R$ 5,67 (+0,30)
  • SP – R$ 5,30 (+0,25)
  • TO – R$ 5,74 (+0,08)

O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log em todo o Brasil.

Governo promete combater os preços abusivos

Na quinta-feira (2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) exigirá que o Procon de cada Estado informe a ocorrência de práticas abusivas em relação ao preço dos combustíveis.

“Será fixado prazo de cinco dias para que as entidades estaduais, municipais e da sociedade civil informem a ocorrência de eventuais práticas abusivas, que podem ser desde o cartel, ou seja, padronização de preços de cidades, ou mesmo uma grande discrepância que se verifica em alguns locais do nosso País”, disse Dino.

“A Senacon vai atuar conjuntamente com as entidades estaduais, municipais, por ser uma lesão ao consumidor de âmbito nacional, atuando em relação a esses eventuais abusos que venham a ser formados”, afirmou o ministro.

Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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