Após demissões, GM faz acordo com trabalhadores 

Pressionada pela paralisação dos metalúrgicos, ocorrida na manhã de terça-feira (7), a General Motors (GM) aceitou interromper o processo de demissões iniciado na semana passada na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo. A proposta de acordo com trabalhadores, aprovada à tarde em assembleia unificada, veio depois de três horas de negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Saiba mais sobre o acordo da GM com trabalhadores da fábrica de São José

Em assembleia, trabalhadores aprovam acordo entre GM e sindicato (Foto: Roosevelt Cassio/Divulgação)

A negociação ocorreu logo após a paralisação dos trabalhadores do primeiro turno da fábrica. O sindicato levou para a mesa a reivindicação de estabilidade no emprego e o cancelamento dos 30 cortes feitos na sexta-feira (3) e na segunda-feira (6). A GM se comprometeu também a avaliar a reivindicação do cancelamento das demissões.

Neste primeiro acordo, a GM garantiu a estabilidade para todos até o dia 19 de abril, quando acontece uma nova reunião. Até lá, nenhuma demissão poderá ser feita. Na reunião, o sindicato apresentou o aviso de greve aprovado na assembleia da manhã. No documento apresentado, o sindicato aponta o fato de a montadora não ter realizado negociação prévia antes de realizar os cortes.

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Para justificar as demissões, a GM usou como argumento a necessidade de readequar a produção. Por meio de nota à imprensa, a montadora informou que “fará ajuste temporário na produção da picape Chevrolet S10“, sem citar especificamente as razões.

À reportagem do site Automotive Business, uma fonte da montadora relatou a falta de um chip importado aplicado ao sistema OnStar da picape Chevrolet S10, que controla os sinais wi-fi e bluetooth. Segundo essa fonte, o pátio da fábrica estaria cheio de unidades da S10 aguardando a instalação do componente eletrônico.

Produção da Chevrolet S10 é afetada pela falta de componentes (Foto: Divulgação/GM)

A GM também já anunciou a implantação de férias coletivas para 80% da fábrica, para o período de 27 de março e 13 de abril.

Mobilização dura meia hora

Na mobilização, os trabalhadores protestaram contra os planos de reestruturação mundial da montadora e as demissões feitas na unidade local. Houve paralisação de uma hora e meia dos funcionários do primeiro turno.

“A interrupção do processo de demissões foi um importante avanço na busca pela estabilidade e dará um fôlego para continuarmos na luta em defesa dos empregos. Os planos de reestruturação da GM não podem penalizar os trabalhadores. Mais uma vez, os metalúrgicos da nossa região mostraram que são de luta”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.

Em São José dos Campos, a fábrica possui cerca de 4 mil funcionários e produz os modelos Chevrolet S10 e Chevrolet Trailblazer, além de motores e transmissões.

Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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