O governo federal prorrogou o prazo para a compra do carro “popular” – aquele com valor abaixo de R$ 120 mil – pelo programa de incentivos tributários por mais 15 dias. Esse benefício valerá apenas para as pessoas físicas (PF). O prazo original se encerrava na terça-feira (20). Com a medida, o governo evita que locadoras de veículos comprem veículos com o desconto, o que desagradou as empresas.
Entenda a polêmica sobre a nova decisão do governo sobre o carro popular
Apesar da prorrogação de prazo para as pessoas físicas no caso dos carros, empresas ainda podem comprar normalmente caminhões e ônibus com benefício tributário – exatamente da forma como foi anunciado no início do programa.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a nova medida governamental foi adotada em face ao interesse popular suscitado pelo programa, que confirmaria que a estratégia de incentivar a indústria automotiva foi bem-sucedida.
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A decisão do MDIC, no entanto, não foi bem recebida pelos representantes das locadoras de veículos, que se sentiram prejudicados. A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) chegou a divulgar uma nota de repúdio:
“A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis recebeu, com surpresa, a prorrogação do prazo da venda de automóveis exclusivamente para pessoas físicas, por meio da MP do Setor Automotivo, por mais 15 dias. A prorrogação impede exatamente o principal cliente das montadoras, responsável pela compra de 30% dos automóveis e comerciais leves vendidos no País – e que assim contribui diretamente para a estabilidade da indústria automotiva, de participar do programa que também foi criado para que as montadoras pudessem vender estoques parados”, diz a nota.
“Caso a medida ainda venha a contemplar todos os compradores, PJ e PF, em um cenário em que o incentivo se torne isonômico e não discriminatório, aí sim a medida alcançará o objetivo de também ampliar a produção, o que é fundamental para a efetividade da MP e o fomento aos empregos na indústria automotiva”, prossegue a entidade.
O último balanço publicado pelo governo, nesta quarta-feira (21), revela que já foram autorizados R$ 400 milhões em créditos tributários para a venda de carros com desconto. O valor equivale a 80% do total do programa de incentivos, que totaliza R$ 500 milhões.
