Afinal, por que brasileiros estão buscando carros mais antigos
Veja o motivo pelo qual os carros mais antigos são o novo foco por quem deseja economizar; veja alguns dados.
Com a valorização crescente dos automóveis, a procura por modelos seminovos não é o suficiente para conseguir redução de preço. Para isso, é necessário optar por carros mais antigos. Veja os detalhes.
Seminovos não são mais a garantia de redução de preço, é necessário optar por modelos mais antigos
O reajuste constante dos automóveis, sejam eles os 0 km ou até mesmo os seminovos e usados, são o motivo pelo qual quem está interessado comprar um carro mais acessível, deve optar por veículos mais antigos.
Isso porque em 2021, os modelos seminovos, aqueles entre um e três anos de uso, ficaram 23,5% mais caros. Já em 2022, a mesma categoria já ficou em média, 7% mais cara. Os dados são da KBB.
Dessa forma, quem visa um modelo “baratinho”, não deve focar apenas em um modelo seminovo, mas sim, optar por carros mais velhos, categoria onde a valorização não foi tão intensa.
O cenário é tão real, que de acordo com um levantamento da OLX, durante o seguindo trimestre de 2022, período entre abril e junho, os carros com preços médios entre R$ 10 mil e R$ 20 mil tiveram um aumento na procura, com 26% de participação, percentual 1,5% superior ao primeiro trimestre de 2022, quando a categoria tinha registrado participação de 24,5%.
Volkswagen Gol 2015 ficou mais de R$ 9 mil mais caro
Como exemplo, um Volkswagen Gol 1.0 MI Total Flex 8V 4 portas 2015, durante o mês de setembro de 2022 teve preço base de R$ 41.221, na Tabela Fipe.
No entanto, em setembro de 2021, o mesmo modelo tinha preço base de R$ 31.801. Ou seja, em um ano, o mesmo modelo ficou R$ 9.420 mais caro, algo diferente do cenário comum, onde os veículos tendem a desvalorizar com o passar do tempo.
O motivo da valorização
A valorização incomum dos automóveis ainda é um efeito da pandemia, que resultou na escassez de componentes automotivos usados na produção dos automóveis. Como consequência, as montadoras tiveram que priorizar a produção de veículos específicos.
Além disso, o tempo de espera por um automóvel novo também aumentou, sendo de até seis meses para determinados modelos.
No entanto, quem queria um carro novo não estava disposto a pagar mais por um modelo e ainda ter que esperar meses de espera. A saída foi procurar por modelos no segmento de seminovos e usados que acabaram acompanhando as altas dos modelos novos, uma vez que que a demanda estava maior que a oferta atual.
Isenção do IPVA pode ser vantagem
Outro fator que deve ser considerado no momento da procura de carros é que os modelos mais antigos também podem ter o IPVA isento de acordo com o tempo de fabricação e estado de registro.
É válido lembrar que desde 2021 o tributo ficou mais caro, devido a desvalorização incomum dos veículos usados, e a tendência é que 2023 o imposto também tenha reajuste para mais.
Carro zero km não é opção para quem não quer investir altos valores
Há alguns anos, os carros populares eram comercializados por uma média de R$ 40 mil. Hoje, o carro mais acessível do mercado já passou dos R$ 65 mil, o que dificulta a aquisição de um veículo da categoria.
Trata-se do Fiat Mobi Like, que em sua versão mais acessível tem valor de R$ 65.890. A versão mais equipada, no entanto, tem preço de R$ 68.890.
Outra opção é o Renault Kwid, concorrente direto do Mobi. Nesse caso, as quatro versões disponíveis possuem preços que variam entre R$ 66.590 e R$ 72.790.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.