Afinal, por que a nova geração não tem paixão pelos carros

Com a popularização de novos meios de locomoção, o jovem atual não tem a mesma paixão pelos carros nem mesmo a necessidade de ser habilitado, como acontecia com a maioria da população antigamente.

Paixão pelos carros virou coisa do passado?

É comum que com o passar dos anos as pessoas tenham novos sonhos e ambições. Os carros, por exemplo, eram o desejo de consumo de grande parte da população antigamente. Eles representavam a liberdade, o direito de ir e vir sem depender de transporte público, que era escasso em décadas passadas.

Hoje a realidade já é outra. Além de uma vasta opção de meios de locomoção, como o próprio transporte público e os diversos aplicativos de corridas, como Uber e 99, o jovem deixa a opção do carro de escanteio por outros fatores, como o alto custo tanto de investimento, quanto de uso.

O carro mais barato do Brasil já parte dos R$ 63 mil, trata-se do Fiat Mobi Like. E ele nem sempre cumpre os requisitos particulares de cada um. Além disso, a conta fica ainda mais salgada quando se pensa nos impostos, valor do seguro, combustível e manutenções.

Manter um carro atualmente não tem o mesmo custo de antigamente, e isso é levado em consideração no momento da decisão.

Além do custo, outro fator também é considerado: a facilidade do uso de transporte por aplicativos. É claro que toda escolha tem seu ônus e bônus. Porém, tem quem prefira a praticidade de não ter que se preocupar onde vai estacionar, preocupações com roubo e furto e até mesmo a possiblidade de ter que abrir mão da bebida alcoólica durante as festas e reuniões sociais.

Sobre esse tema, o jornalista e especialista da indústria automotiva, Luiz Carlos Secco, comenta que tem cinco netos. Dois deles venderam seus carros e movimentam-se com os aplicativos de transporte. Os outros usam carro somente em horas livres, mas sem nenhuma paixão.

“Está correto aceitar que uma parcela de jovens tem outras alternativas de locomoção que contribuem para essa fase de desapego em relação ao veículo, por se livrar de alguns encargos que a propriedade exige. Como sou da terceira idade, espero não aderir à ideia da locação de veículos para os meus deslocamentos.” Relata Secco.

Locação de veículos e possibilidade de trocar de carro com frequência também é levada em consideração

A ampliação da oferta de locação de carros e pacotes anuais também é outro fator importante. Hoje, é possível ter um carro novo e diferente a cada ano, através dos serviços de locação de automóveis oferecidos por diversas empresas no mercado.

Tal opção gera a possibilidade do proprietário ter um carro na garagem, mas sem se preocupar com todas as obrigações leais e de proteção automotiva necessárias em um carro próprio.

A maioria dos pacotes ofertados já cobre todos os serviços, onde o condutor fica responsável apenas pela conservação do veículo e da reposição do combustível.

“Acho que, até essa estratégia me daria a oportunidade de variar de marcas e modelos e poder, assim, fazer uma avaliação com amplo conhecimento sobre as diferenças entre os modelos existentes no mercado e que, em termos profissionais, me seriam de muita utilidade.

Mas, mesmo assim, prefiro me manter fiel ao meu conceito antigo, que me deu muitas alegrias e emoções.” Comenta o especialista sobre esse novo mercado.

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.