Afinal, o que é o crime do dieselgate que acontece no setor automotivo

Entenda o crime do dieselgate, técnica capaz de burlar os testes de emissões de poluentes dos veículos; confira os detalhes.

O dieselgate é um sistema que as montadoras usam para burlar os resultados de óxido de nitrogênio NOx. A prática se tornou comum após um escândalo envolvendo a Volkswagen, em 2015, onde modelos Amarok foram fraudadas com o uso desse softwares. Carros vendidos no Brasil também foram camuflados. Confira os detalhes.

Entenda o crime do dieselgate, técnica capaz de burlar os testes de emissões de poluentes dos veículos (Foto: Freepik)

Dieselgate: dispositivo altera os dados de emissão do óxido de nitrogênio e demais poluentes

Com o passar dos anos, os níveis permitidos de emissão de poluentes dos veículos estão cada vez mais rigorosos, para auxiliar a redução de CO2 e mais gases provenientes da queima dos combustíveis fosseis na atmosfera.

E as montadoras por sua vez devem se ajustar conforme as atualizações. Como foi o caso das novas regras de emissão de poluentes que entraram em vigor no início do ano, o Proconve L7.

Na época, diversas marcas tiveram que recalibrar a motorização de alguns veículos para que se adequassem ao novo cenário, enquanto outros modelos simplesmente saíram de linha.

Porém, há métodos de burlar tais resultados de emissão, como foi o que aconteceu com a Volkswagen, que chocou o mundo ao admitir após investigações feitas pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), a fraude.

O crime consiste em utilizar-se de artifícios que mascaram os reais resultados de emissões de poluentes, lesando tanto o governo, quanto os consumidores.

A investigação concluiu que o dispositivo responsável por falsificar os resultados estava equipado em todos os carros com motor 2.0 e 3.0 movidos a diesel e fabricados entre 2009 e 2015.

VW usou o dispositivo em mais de 11 milhões de carros entre 2009 e 2015 (Foto: Divulgação)

Entenda o caso do uso do dieselgate nos carros da Volkswagen

Em 2015, a Volkswagen admitiu a instalação deliberada de um dispositivo capaz de falsificar os resultados de emissão do óxido de nitrogênio NOx. Em determidaods casos, os carros emitiam cerca de 40 vezes maios o nível de poluentes aceitos pela legislação.

Ao todo, mais de 11 milhões de veículos ao redor do mundo foram afetados. Aqui no Brasil cerca de 17 mil  carros fazem parte desse total.

Nesse caso, durante os testes realizados em laboratório o carro era capaz de emitir menos poluentes, através do dispositivo que mapeava a posição do volante e ritmo de rolagem das rodas, identificando se tratar de um ambiente controlado, dando à montadora a chancela de órgão de fiscalização quanto à aderência do veículo à legislação ambiental vigente.

Porém, quando o veículo estava em um uso comum, nas ruas, o software se desligava. Dessa forma, a emissão de poluentes derivada do uso do veículo ficava acima do que havia sido registrado nos testes, e superior ao permitido por lei.

A falsificação gerava um maior consumo de combustível, bem como menor torque. Além disso, também houve consequências de maior necessidade de manutenções, e perda no valor de revenda dos carros.

Consumo e manutenção também foram prejudicados (Foto: Divulgação)

Escrito por

Nicole Santana

Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.

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