Afinal, o que é a direção defensiva e como praticá-la

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) exige, para a obtenção da CNH, cursos de direção defensiva. Saiba o que isso significa e como praticar. 

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que entrou em vigor em 22 de janeiro de 1998, estabelece, logo em seu artigo primeiro, a maior de suas diretrizes – a de que o “trânsito seguro é um direito de todos e um dever dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito”.

Ao longo do texto, o CTB estabelece, no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a exigência de cursos teóricos e de prática de direção veicular, incluindo a direção defensiva. Mas, afinal, o que significa direção defensiva? 

Saiba o que é direção defensiva e confira dicas para colocá-la em prática

saiba como converter multa em advertência

A infração deve ser leve ou média (Foto: Pixabay)

De acordo com o manual do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a direção defensiva é a melhor maneira de dirigir e de se comportar no trânsito. Trata-se de um conjunto de práticas que o condutor deve seguir ao dirigir, de forma a respeitar a legislação de trânsito.

Por meio da prática da direção defensiva, o motorista reconhece antecipadamente as situações de perigo, prevê suas consequências e torna-se preparado para tomar decisões que protejam os ocupantes dos veículos e demais usuários da via pública.

Os cursos ministrados pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs) – as autoescolas – abordam dois tipos de direção defensiva: a preventiva e a corretiva. 

Na preventiva, o motorista pode antecipar riscos. Dirige com atenção, avalia suas próprias condições físicas e mentais, assim como as condições da via pela qual está trafegando. Consciente, ele trafega de acordo com a realidade apresentada.

Já a direção defensiva corretiva, por sua vez, é aquela exigida quando o condutor precisa agir com rapidez para corrigir uma situação de perigo que não pode ser antecipada. É quando o motorista realiza ações de reparo em situações não previstas por ele. São exemplos de ações a serem tomadas nesse caso:

  • Prestar auxílio a eventuais vítimas;
  • Sinalizar o local do acidente:
  • Contatar as autoridades e serviços de assistência médica;
  • Orientar outros motoristas.

Comportamentos a evitar

Respeite os seus limites e jamais dirija quando estiver com sono (Foto: Divulgação)

O contrário da direção defensiva é a direção agressiva. O condutor que coloca a sua vida em risco, assim como a de outras pessoas, pode apresentar atenção fixa (dirigir olhando apenas para um ponto), atenção dispersiva (não se concentra na atividade) ou atenção difusa (está focado em paisagens ou atividades que não são a direção).

Boas práticas de direção defensiva

A primeira dica para ter uma direção defensiva é estar posicionado corretamente no banco do motorista. O condutor deve dirigir com os braços ligeiramente dobrados, o encosto de cabeça na altura correta e a coluna apoiada no banco. E como obrigam as leis, é necessário utilizar calçados fixos nos pés e o cinto de segurança em qualquer situação.

O uso do retrovisor é essencial na direção defensiva, pois você precisa saber tudo que está acontecendo ao seu redor. Por meio dos retrovisores, o motorista consegue prever situações de perigo e encontrar saídas. Para garantir ainda mais segurança, aprenda a regular os retrovisores corretamente.

A concentração também é um fator importante. Você deve estar presente em sua direção a todo momento. Dirija sempre numa velocidade compatível com as condições da via, considerando tráfego, clima, obstáculos e aglomeração de pessoas – e respeitando os limites da sinalização de trânsito.

  1. Mantenha distância segura do veículo à frente – Com essa prática, pois caso seja necessário realizar alguma manobra ou uma freada repentina, você terá tempo suficiente para reagir. A recomendação é de que os veículos mantenham pelo menos 2 segundos de diferença entre si. Além de ser um risco à segurança, a prática de andar colado ao veículo da frente é considerada uma infração grave pelo CTB, sujeito a multa.
  2. Avalie suas próprias condições físicas e mentais – Dirigir um veículo é uma atividade que exige total concentração e disposição do motorista. Cerca de 90% dos acidentes de trânsito são ocasionados por falhas humanas na direção. É necessário ter atenção a riscos na condução como a sonolência, por exemplo. Quando ao volante, é imprescindível estar em um estado emocional favorável. Caso você esteja doente, nervoso ou abalado emocionalmente, isso pode influenciar negativamente o seu desempenho como motorista – portanto, evite dirigir.
  3. Observe atentamente os outros veículos – Estar atento ao comportamento dos demais veículos na via irá ajudá-lo a ter uma reação mais rápida e segura, caso seja necessário. Para isso, evite ações que prejudicam controle do seu campo de visão, como o excesso de velocidade – quanto maior a velocidade, menor se torna o campo de visão do motorista, o que reduz a sua atenção a outros veículos.
  4. Tenha sempre em dia as manutenções periódicas – A manutenção do veículo é fundamental para a segurança,  portanto também é uma prática de direção defensiva importante. Sempre dê preferência à manutenção preventiva, que é mais segura, simples e barata que a corretiva.

Desacelerar em curvas, evitar movimentos bruscos e oscilações na direção e respeitar sempre a sinalização também são práticas essenciais.

Como evitar acidentes

Coloque em prática as práticas de direção defensiva no trânsito (Foto: Pixabay)

Estar atento às condições da via também faz parte da direção defensiva.Problemas como ondulações, buracos, elevações, inclinações ou alterações do tipo de piso  podem desestabilizar um veículo e provocar a perda de controle. Procure perceber antecipadamente essas ocorrências, e então reduza a velocidade.

As condições climáticas também exigem atenção. Em caso de chuva, acione a luz baixa do farol, aumente a distância em relação ao veículo à frente, reduza a velocidade e evite freadas bruscas. Para essas situações, é importante manter os pneus em bom estado e devidamente calibrados, para evitar aquaplanagem.

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Paulo Silveira Lima
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Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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