Adeus, SKD e CKD? Montadoras avaliam regras para montagem de carros no Brasil

Montadoras pressionam o governo sobre a montagem de carros no Brasil. Entenda o impacto dos regimes SKD e CKD e o que está em jogo

O debate sobre a montagem de carros no Brasil ganhou força com o pedido da BYD ao governo de Lula. A montadora chinesa quer a redução de impostos sobre carros que chegam desmontados, sob os regimes SKD (semi-knocked down) e CKD (completely knocked down), o que está gerando divisões no setor automotivo.

Essa semana, Volkswagen, GM, Toyota e Stellantis enviaram uma carta ao governo alertando que essa prática pode prejudicar a indústria nacional, afetando empregos e investimentos de R$ 180 bilhões. Mas afinal, o que está em jogo? Acompanhe o Garagem360 e descubra!

O que são os regimes SKD e CKD e como funcionam?

Vamos lá do princípio: a montagem de carros no Brasil atualmente ocorre por meio de dois regimes principais: SKD e CKD. Esses processos permitem que as montadoras tragam veículos desmontados para o país e, em seguida, realizem a montagem aqui. Mas quais são as diferenças entre eles?

SKD e CKD; montagem de carros no Brasil

Foto: Reprodução

  • SKD (Semi-Knocked Down): O veículo chega parcialmente montado, com a carroceria pintada, e recebe os acabamentos finais no Brasil.
  • CKD (Completely Knocked Down): O carro chega completamente desmontado, como um grande kit de peças, e a montagem é realizada do zero no Brasil.

Ambos os regimes têm uma alíquota de impostos reduzida, mas o governo planeja aumentá-la gradualmente até 2028, chegando a 35% para todos os tipos de veículos.

O que a BYD pediu ao governo e por que isso gerou polêmica?

A princípio, a BYD solicitou que o governo mantivesse as tarifas reduzidas até 2028, com impostos de 10% para o SKD e 5% para o CKD. O objetivo é acelerar a produção em sua nova fábrica de Camaçari (BA), sem precisar investir em uma fábrica totalmente estruturada.

Essa proposta gerou polêmica entre as grandes montadoras instaladas no Brasil, como Volkswagen, Toyota, Stellantis e GM, que veem a medida como uma injustiça.

Essas empresas afirmam que a montagem superficial de veículos com kits importados prejudicaria a competitividade da indústria nacional, que já realiza a produção completa no Brasil, gerando empregos e movimentando a cadeia de autopeças.

Impacto da redução de impostos no mercado de montagem de carros

Se o pedido da BYD for atendido, outras montadoras, principalmente as de origem chinesa, como Omoda, Zeekr, GAC e Geely, também poderão montar carros no Brasil com kits prontos. Isso criaria uma competição desigual com as empresas que já estão instaladas no país, que investem bilhões em infraestrutura e tecnologia.

Essa política poderia afetar 70% dos empregos indiretos na indústria, como os relacionados a fornecedores e autopeças, além de ameaçar os R$ 180 bilhões de investimentos programados pelas montadoras já instaladas no Brasil. Esses aportes incluem R$ 130 bilhões em novos produtos e R$ 50 bilhões em fornecedores e produção de peças.

O que está em discussão para o futuro da montagem de carros no Brasil?

A principal discussão gira em torno da equidade de condições para as montadoras que já estão no Brasil e aquelas que estão começando a operar, como a BYD.

Para os críticos, a montagem de carros com kits importados sem uma nacionalização de componentes é uma solução temporária, e não uma transição para uma industrialização completa.

  • Redução de impostos: Beneficiaria principalmente empresas que ainda não começaram a produção no Brasil, como a BYD.
  • Concorrência desleal: As montadoras locais já estão pagando mais impostos e realizando a produção de maneira mais completa.
  • Impacto no emprego: A proposta da BYD poderia afetar milhares de postos de trabalho na indústria de autopeças e na montagem de veículos.

Comente abaixo: o que você pensa sobre a proposta da BYD e seus impactos para a indústria automotiva no Brasil? Acha que é uma medida justa ou prejudica a indústria nacional?

Leia também: Briga de gigantes: Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis se unem contra carros chineses montados no Brasil; o que está por trás dessa briga?

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Kawane Licheski
Escrito por

Kawane Licheski

Formada em Administração de Empresas, Jornalismo e mestranda em Comunicação. Apaixonada por setor automobilístico, true crime e livros. Fez da escrita e produção de conteúdo sua paixão e profissão.

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