A história do Opala que atingiu mais de 315 km/h na rodovia Rio-Santos

Imagina um Opala chegar a 315 km/h? Isso aconteceu no início da década dos anos 1990, na BR-101, em São Paulo; confira a seguir:

Imagina um Opala chegar a 315 km/h? Isso aconteceu no início da década dos anos 1990, na BR-101, no município de Bertioga, em São Paulo. Veja a seguir os detalhes deste feito:

Opala alcançou 315 km/h em rodovia

(Foto: Créditos/Arquivos Dana)

No dia 15 de outubro de 1991, na rodovia BR-101, no município de Bertioga, o piloto Fábio Souto Mayor, com um Opala de Stock Car, atingiu velocidade de 303,157 km/h e quebrou o recorde brasileiro de velocidade.

A marca foi definida pela média de velocidade atingida nas tentativas previstas no regulamento internacional. O opala chegou a superar os 315 km/h e também permanece insuperável até hoje em território brasileiro.

Por este feito inédito, Fabinho e o seu Opala totalmente restaurado pela Dana, um dos principais fabricantes globais de componentes automotivos, foram homenageados no último dia 16 de abril no Autódromo de Interlagos, durante a segunda etapa da Old Stock Race.

O piloto destacou que o feito ainda está vivo na sua lembrança, inclusive o momento quando o capô do motor simplesmente se soltou e voou como uma folha de papel.

“A expectativa era atingir 260 km/h, pois os pneus utilizados eram para velocidades de até 240 km/h e não aguentariam uma velocidade tão alta porque a pista de piso ondulado provocava forte instabilidade direcional. A gente não imaginava que conseguiríamos atingir os 300 km/h e os pneus não estouraram por sorte”, comentou o piloto Fabinho, responsável por atingir a marca história.

O feito é mais surpreendente porque conseguiram superar os 300 km/h com um modelo nacional, lançado no final dos anos de 1960 e preparado por experientes profissionais brasileiros, como Camilo Christófaro Júnior e Silvio Longo.

Fábio Sotto Mayor nasceu em Ribeirão Preto, onde iniciou a sua paixão pela velocidade. Aos 18 anos disputou sua primeira corrida de Fuscas em sua cidade natal e rapidamente chegou na Stock Car, a principal categoria do automobilismo brasileiro, onde correu por 25 anos e foi campeão em 1988, além de conquistar quatro vice-campeonatos.

Opala histórico passou por processo de restauração

(Foto: Créditos/Arquivos Dana)

A restauração do automóvel fez parte das comemorações de 75 anos da Dana no Brasil, empresa especializada no desenvolvimento e produção de componentes para a indústria automobilística,

Além do desenvolvimento e produção de componentes automobilísticos, a Dana sempre prestigiou o esporte brasileiro, com a restauração do Copersucar, primeiro carro da Fórmula 1 desenvolvido e construído no Brasil.

O trabalho de restauração do Opala teve início com a busca de um automóvel da Stock Car semelhante ao utilizado por Sotto Mayor em Bertioga e que se enquadrasse no regulamento vigente entre 1987 a 1993.

Um modelo foi encontrado em Artur Nogueira, interior de São Paulo, uma réplica do carro que levou a dupla formada por Angelo Giombelli e Ingo Hoffmann ao título da temporada de 1993.

As peças fabricadas pela Dana foram obtidas e instaladas com a colaboração de técnicos e mecânicos especializados em cardan e diferencial, inclusive o famoso eixo diferencial Dana 44 e seu cardan.

Os componentes fabricados especialmente para a Stock Car, como as rodas de liga leve usadas na época, foram obtidas com um colecionador. Já os pneus Pirelli com medidas especiais vieram de um fabricante do exterior.

O carro do recorde não tinha as rodas e pneus originais da Stock de medidas 265x40xR16 e sim um jogo de aro 14, uma configuração mais baixa e mais agressiva.

Para relembrar este feito, o podcast “Muito além de rodas e motores” gravou um programa com o piloto Fabinho. Para ouvir, clique aqui.

Escrito por

Alisson Wieder

Redator da Agência Grid Mídia - Garagem360 desde 2022. Experiência na área de Assessoria de Imprensa e sites esportivos.

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