A cada meia hora um motorista é flagrado embriagado no Brasil

De janeiro a maio deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) autuou 7.477 motoristas que dirigiam sob o efeito de álcool. Isso significa que a cada meia hora um motorista alcoolizado foi retirado de circulação nas rodovias federais brasileiras. Segundo dados fornecidos pela PRF, outros 19.093 também foram impedidos de dirigir por se recusar a fazer o teste do bafômetro. Saiba mais! 

Autuação de motorista flagrado embriagado no País cresceu 2.308% neste ano

As autuações resultam de um aumento de 2.308% na fiscalização das rodovias em 2022, com o arrefecimento da pandemia de Covid-19.

A fiscalização é a principal arma que as autoridades de trânsito têm para salvar vidas. A retirada de circulação desse infrator evita sinistros, ferimentos e mortes, e contribui para a segurança de todos”, analisa o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra. “É por isso que as entidades que atuam pela segurança viária insistem tanto no reforço da fiscalização”, afirma.

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Segundo levantamento feito pela PRF, entre janeiro e maio de 2022 foram aplicados 1.123.120 testes de alcoolemia em motoristas que transitaram pelas rodovias federais de todo o Brasil. Esse número é 23 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2021, quando foram realizadas apenas 48.649 testagens.

Na avaliação de Coimbra, os dados indicam não só o aumento da fiscalização, mas também o crescimento de um comportamento criminoso: motorista dirigir sob o efeito de álcool e drogas. “O trânsito foi o espaço coletivo mais afetado pelos inevitáveis danos mentais e psicológicos da pandemia”, acredita.

“Motoristas ansiosos, imprudentes, agressivos e violentos se envolvem mais em ocorrências de trânsito e infringem as normas de circulação mais frequentemente, quer seja pela desatenção ou pela direção insegura. Isso também leva ao abuso de drogas e álcool”, afirma o especialista.

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(Foto: Reprodução)

Lei Seca salva vidas e economiza recursos

A Lei Seca, que completou 14 anos no último mês de junho, é uma das maiores aliadas da segurança no trânsito brasileiro. Estima-se que, nos primeiros oito anos de implantação, mais de 41 mil vidas foram salvas e R$ 558 bilhões em tratamentos de saúde foram economizados. 

Mas ainda há motoristas que insistem em beber e dirigir, violando a lei. A recusa em se submeter ao teste, quase três vezes maior que o número de autuados, é um indicativo de que a embriaguez ao volante é um problema ainda maior. Segundo o Anuário Estatístico divulgado pela PRF em 2021, 4.629 sinistros foram provocados por condutores que dirigiam sob o efeito de álcool ou drogas. E 22.482 pessoas foram autuadas por se recusar a soprar o bafômetro.

Esses acidentes provocaram a morte de 220 pessoas e deixaram outras 3.896 feridas, 990 delas com gravidade. “Uma vida perdida para a violência no trânsito impacta diretamente inúmeras outras pessoas além dos familiares, criando uma cadeia silenciosa de dor e sofrimento”, diz Coimbra.

Além do impacto social, essa insegurança impacta diretamente os cofres públicos.“Feridos graves exigem gastos exorbitantes com hospitalização, tratamento e afastamentos do trabalho”, ressalta o especialista.

Seguros cobrem danos
22.482 pessoas foram autuadas por se recusar a soprar o bafômetro (Foto: Detran-SP)

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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