Fluido de freio é imprescindível para o bom funcionamento do carro
Item custa pouco e é responsável por acionar os mecanismos que darão início à frenagem do veículo
Já imaginou pisar no freio e o sistema de frenagem não responder com a eficácia que se espera? Ou notar que a luz que indica o acionamento do freio de mão está acesa ou piscando mesmo com o carro em movimento? Essas são apenas algumas situações que podem ocorrer por conta da falta ou de problemas relacionados ao fluido de freio.
O item, que custa em média R$ 20, tem a função de fazer o sistema hidráulico de frenagem trabalhar e fica localizado no reservatório que, por sua vez, liga-se ao cilindro mestre. Sem ele, o carro não consegue desempenhar a ação de parada, já que o funcionamento do mecanismo é feito de forma sequencial.
“Ao pisar no freio, aciona-se o sistema que libera vácuo, fazendo com que o fluido empurre os pistões que irão pressionar as pastilhas de freio para, então, realizar o movimento de parada do veículo”, explica Francisco Satkunas, engenheiro mecânico e conselheiro da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil).
Pelo o que consta na maioria dos manuais dos automóveis, a troca do produto deve ser feita, em média, a cada dois anos ou após 10 mil quilômetros rodados. Não é por causa disso, porém, que a verificação visual não se faz necessária. “Apenas olhar o compartimento já basta para saber se houve algum vazamento ou se o nível está baixo”, relata o especialista.
Para isso, basta abrir a tampa do capô, mas com o carro desligado, e verificar o reservatório (que, na maioria dos modelos, é transparente). Não é preciso e nem recomendável desrosquear a tampa. Por conta de seu alto potencial higroscópico (de fácil absorção da umidade do ambiente), ele pode ser contaminado pelas partículas úmidas do ar.
Completar pode ser prejudicial
Diferentemente do óleo, do combustível e da água, o fluido de freio não pode ser completado regularmente. Ao contrário dos outros componentes, o nível deste não diminui com o tempo, mas, se diminuir, então é hora de procurar uma oficina. Quando isso acontece, o veículo geralmente está com algum vazamento indevido ou já desgastou as pastilhas de frenagem ao ponto em que o fluido está sendo usado pelo carro para compensá-las.
Para Satkunas, a medida de preencher o líquido faltante só deve ser adotada em casos de emergência. O engenheiro afirma que em uma situação em que as pastilhas estão extremamente gastas e sem possibilidade de substituição imediata, completar o fluido torna-se a única solução para continuar o trajeto. Ele alerta, no entanto, que assim que o motorista encontrar uma oficina, é imprescindível fazer a sangria completa do fluido e a troca das pastilhas.
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Rodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.