Opinião: vitória no GP de Abu Dhabi encerra ano dominador de Lewis Hamilton
Lewis Hamilton fez barba, cabelo e bigode no GP de Abu Dhabi do último domingo (1). O piloto da Mercedes largou na pole, venceu de ponta a ponta
Lewis Hamilton fez barba, cabelo e bigode no GP de Abu Dhabi do último domingo (1). O piloto da Mercedes largou na pole, venceu de ponta a ponta e ainda fez a volta mais rápida da corrida. Max Verstappen, em uma boa prova da Red Bull, e Charles Leclerc, em uma apagada Ferrari, completaram o pódio do grande prêmio derradeiro de 2019.
GP de Abu Dhabi: como foi
Seguindo a tradição, a prova emiradense foi monótona. Para ajudar, a asa traseira móvel (DRS) ficou desativada por quase 20 voltas, logo no começo da corrida, dificultando ainda mais as ultrapassagens. Entretanto, mesmo que o dispositivo estivesse funcionando desde o começo, dificilmente mudaria o vencedor. Hamilton impôs um ritmo forte desde o início, abrindo vantagem e não sendo ameaçado em momento algum.
Enquanto isso, a Ferrari até tentou algo diferente, mas falhou vergonhosamente. Na volta 12, a equipe chamou seus dois carros para o boxe, ao mesmo tempo. Leclerc saiu dos boxes sem problemas, mas Vettel enfrentou um problema em uma de suas rodas e acabou perdendo tempo. Não que isso mudasse a cotação do dólar, já que o alemão foi mais uma vez discreto. Porém, contribuiu para o fim de ano melancólico da equipe italiana.
Ao contrário dos carros vermelhos, quem fez uma grande corrida foi Valtteri Bottas. Saindo de último, após ser punido, o finlandês escalou o pelotão com maestria. Tudo bem que seu carro colabora, mas o quarto lugar desse domingo foi merecido. E por pouco ele não abocanha um pódio, já que estava com um ritmo forte no final da prova.
Ano da Mercedes… novamente
Encerrada mais uma temporada, é preciso reconhecer a competência da Mercedes. Ninguém conquista 12 campeonatos seguidos (6 de pilotos e 6 de construtores) sem méritos. Os germânicos montaram um time de primeira, em todos os níveis, e ainda têm um dos maiores nomes da história da F1 em um de seus assentos.
Hamilton está em grande fase, no auge de sua carreira. É rápido, multicampeão e raramente comete erros. Parece estar sempre no lugar certo e na hora certa, como acontece com todos os grandes campeões. O hexacampeonato ainda não é a sua consagração definitiva, que deve ser alcançada em breve, quando ele alcançar o número de títulos de Schumacher. E, analisando o cenário atual, ninguém parece ser capaz de impedir o britânico de igualar o heptacampeonato do alemão já em 2020.
LEIA MAIS: VW Gol, Fiat Palio e Fiat Uno seguem fortes no mercado de usados, diz OLX
Cemitério de carros: veja veículos abandonados nas ruas do Brasil e do mundo
Há, é verdade, grandes nomes no grid. Charles Leclerc já mostrou seu potencial. Max Verstappen não é mais uma promessa há anos, sendo sim um dos principais pilotos da categoria. Vettel, apesar da má fase, é um tetracampeão. Daniel Ricciardo sempre foi veloz e vencedor, enquanto Sainz e Norris, dupla da McLaren, são extremamente competentes e com um futuro brilhante. Porém, falta um grande carro a todos esses. E como grandes mudanças de regulamento só irão acontecer em 2021, tudo aponta para mais um ano prateado na próxima temporada.
Decepções
E já que a temporada acabou, vale também mencionar as decepções deste ano. Williams e Haas, ocupando as últimas colocações do campeonato de construtores, deixaram a desejar. O time de Grove, que já foi um dos principais conquistadores da F1, amarga uma terrível má fase. Os americanos, por sua vez, sempre andaram bem, desde a estreia em 2016. Neste ano, entretanto, parece que algo não saiu como o planejado e os carros preto e dourado conseguiam ir bem nas classificações, mas decepcionavam nas corridas.
Com um aporte milionário, a Renault foi outra equipe frustante em 2019. Quebras e desempenho fraco marcaram o primeiro ano do time com Ricciardo no cockpit. Os franceses conseguiram ficar atrás da McLaren no campeonato, que utilizam o mesmo motor. Para piorar, a equipe laranja ainda conseguiu um pódio no GP Brasil com Sainz, feito ainda não alcançado pela Renault desde seu retorno.
Por mais que tenha sido uma temporada dominada por Hamilton e pela Mercedes, 2019 se despede com um legado positivo. Os fãs assistiram grandes corridas neste ano. Os GPs da Inglaterra, Áustria, Alemanha e a corrida do Brasil, certamente, serão lembradas pelos entusiastas nos próximos anos.
Para fechar a conta do ano, confira abaixo a classificação do GP de Abu Dhabi. Clique aqui para ver a classificação dos pilotos e aqui para acessar o resultado do campeonato de construtores.
POS | DRIVER | TIME/RETIRED | PTS |
---|---|---|---|
1 | 1:34:05.715 | 26 | |
2 | +16.772s | 18 | |
3 | +43.435s | 15 | |
4 | +44.379s | 12 | |
5 | +64.357s | 10 | |
6 | +69.205s | 8 | |
7 | +1 lap | 6 | |
8 | +1 lap | 4 | |
9 | +1 lap | 2 | |
10 | +1 lap | 1 | |
11 | +1 lap | 0 | |
12 | +1 lap | 0 | |
13 | +1 lap | 0 | |
14 | +1 lap | 0 | |
15 | +1 lap | 0 | |
16 | +1 lap | 0 | |
17 | +1 lap | 0 | |
18 | +2 laps | 0 | |
19 | +2 laps | 0 | |
NC | DNF | 0 |
*OBS: Hamilton marcou o ponto extra por ter feito a volta mais rápida da corrida.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.