Revolução na fábrica: Como a Ford reinventou a linha de montagem
Descubra como a Ford, pioneira da linha de montagem, está revolucionando seu processo de fabricação para competir com a China. Entenda a nova estratégia de "montagem modular" e como ela pode transformar a indústria de veículos elétricos.
A Ford, empresa que há 112 anos revolucionou a indústria automotiva com a criação da linha de montagem móvel, está mais uma vez na vanguarda da inovação. A montadora está se preparando para abandonar o processo de produção tradicional e adotar uma nova metodologia chamada “montagem modular”, inspirada na ideia de “montagem unboxed” da Tesla.
O objetivo é cortar drasticamente os custos e aumentar a eficiência para competir com o crescente mercado chinês de veículos elétricos.
Revolução na fábrica: A Ford reinventa a linha de montagem
A linha de montagem, criada por Henry Ford em 1912, foi uma resposta à alta demanda pelo Modelo T. A ideia, inspirada em moinhos de grãos e matadouros, consistia em mover o chassi do carro em uma esteira enquanto os trabalhadores instalavam as peças. Isso reduziu o tempo de montagem em 78% e fez da Ford a maior montadora do mundo.
No entanto, o processo, apesar de revolucionário na época, tem suas ineficiências. Como a linha se move, os trabalhadores precisam caminhar, se inclinar, torcer e esticar para instalar os componentes. Essas ações, que não agregam valor ao produto, podem tornar o processo 50% ineficiente.
A necessidade por eficiência
A indústria automotiva global enfrenta uma crise de acessibilidade, com as vendas estagnadas, e a ascensão da China, que detém um grande controle sobre as matérias-primas para baterias de veículos elétricos. Acredita-se que as montadoras chinesas tenham uma vantagem de custo de 30% sobre os concorrentes. Para se manterem competitivas, as empresas ocidentais precisam inovar.
A Tesla foi a primeira a propor uma solução com o conceito de “montagem unboxed”, que divide o carro em módulos — como dianteira, traseira, assoalho, teto — que são montados separadamente e, em seguida, unidos.
Esse método permite que trabalhadores e robôs instalem as peças de todos os ângulos ao mesmo tempo, eliminando movimentos desnecessários e tornando a produção mais ergonômica e eficiente.
Embora a Tesla tenha tido a ideia, a Ford está sendo a primeira a colocar o conceito em prática. A empresa está reestruturando sua fábrica em Louisville, nos EUA, que hoje produz os modelos Escape e Lincoln Corsair. O plano é eliminar 40% das estações de montagem e reduzir o quadro de funcionários em 21%, focando na automação e na eficiência.
A Ford garantiu ao sindicato (UAW) que nenhum trabalhador será demitido, com a redução sendo feita por meio de aposentadorias e transferências.
A adoção da Plataforma Universal de Veículos Elétricos (VEs), que inclui a montagem modular, é um passo audacioso que a Ford espera começar a implementar em 2027. Se for bem-sucedido, o processo pode reduzir significativamente os custos de produção e ajudar a Ford a competir de igual para igual no mercado de veículos elétricos.
Acha que a Ford está no caminho certo para se manter competitiva? O que você pensa sobre a ideia da “montagem modular”? Deixe sua opinião nos comentários!
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.