Revelamos: o que trava o avanço dos carros elétricos no Brasil?

Apesar do crescimento, carros elétricos representam menos de 7% do mercado brasileiro. Descubra os principais entraves que travam a popularização dos EVs no país, do preço à infraestrutura.

Embora as vendas de carros elétricos no Brasil tenham crescido impressionantes 85% em 2024, a consolidação desse tipo de veículo no mercado nacional ainda enfrenta barreiras estruturais que impedem um avanço mais expressivo. Dados de um estudo da Thymos Energia mostram a realidade: apesar de ser um mercado relevante, menos de 7% dos veículos licenciados em 2024 foram elétricos.

O que trava o avanço dos carros elétricos no Brasil

Esse cenário de crescimento com baixa representatividade levanta uma questão central: o que, de fato, trava o avanço da eletrificação no país? A resposta está em uma combinação de fatores econômicos e de infraestrutura que vão muito além da simples preferência do consumidor.

O maior e mais imediato obstáculo para a popularização dos carros elétricos no Brasil é o preço de aquisição. Mesmo com a chegada de modelos mais acessíveis, os EVs ainda custam, em média, duas a três vezes mais que seus equivalentes a combustão.

Enquanto a China e os EUA, por exemplo, investem em subsídios e reduções de impostos para baratear os veículos, no Brasil a carga tributária é pesada, incluindo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Essa alta tributação faz com que o preço final seja proibitivo para a maioria dos consumidores, restringindo o mercado a um nicho de alto poder aquisitivo.

O que trava o avanço dos carros elétricos no Brasil - Imagem gerada por I.A
O que trava o avanço dos carros elétricos no Brasil – Imagem gerada por I.A

Infraestrutura de recarga: o grande “Calcanhar de Aquiles”

A ausência de uma rede de recarga robusta e capilarizada é outro entrave fundamental. Embora as grandes cidades e capitais estejam recebendo mais postos, a infraestrutura nas rodovias e em áreas rurais é praticamente inexistente.

A “ansiedade de autonomia”, ou seja, o medo de ficar sem carga no meio de uma viagem, é uma preocupação real para os motoristas brasileiros, que precisam ter segurança de que encontrarão um ponto de recarga, especialmente em viagens de longa distância. A falta de padronização dos conectores e o tempo de recarga ainda elevado também contribuem para a hesitação na compra.

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Falta de incentivos estratégicos e o papel do governo

O avanço dos carros elétricos em países como Noruega, Alemanha e China se deu, em grande parte, devido a políticas de incentivo governamentais. Subsídios diretos na compra, isenção de impostos, vagas de estacionamento exclusivas e gratuidade em pedágios são algumas das medidas que incentivam a adoção.

No Brasil, a ausência de um plano nacional de incentivo, com metas claras e benefícios fiscais e não fiscais atraentes, faz com que o crescimento do mercado dependa quase que exclusivamente da iniciativa de montadoras e empresas privadas. Para um avanço mais expressivo, é preciso uma parceria entre governo e iniciativa privada para criar um ecossistema favorável.

Conclusão: o caminho para a consolidação

O crescimento de 85% nas vendas de EVs em 2024 é um sinal positivo de que o interesse pela tecnologia existe. No entanto, para que o Brasil se posicione como um mercado de massa para carros elétricos, é preciso resolver os entraves estruturais.

Redução de impostos, investimento pesado em infraestrutura de recarga e a criação de incentivos públicos são os pilares para transformar o atual crescimento em um verdadeiro boom.

Na sua opinião, qual é o maior desafio para a popularização dos carros elétricos no Brasil? O preço ou a falta de infraestrutura? Deixe seu comentário!

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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