Vendas de carros importados têm queda de 44,6% no primeiro quadrimestre
O dólar valorizado e os 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) levaram o mercado de veículos importados a registrar queda de 44,6% nas vendas no primeiro quadrimestre de 2106 em comparação ao mesmo período do ano passado – 12.716 unidades contra 22.944. Em abril, foram 2.856 modelos estrangeiros comercializados, retração de 13,9% ante o mês anterior (3.317 unidades). Em relação a abril de 2015 (5.274 carros), o desempenho foi 45,8% menor. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).
Por conta da questão do IPI, as importadoras têm uma cota de importação que não deve ser excedida. É por esse motivo que a entidade reivindica isonomia, ou seja, sem os 30 pontos percentuais no imposto e tratamento igual ao dado aos veículos montados localmente.
“Nós [importadores] já pagamos a multa por trazer carros de fora do País. São 35% de impostos. A partir do momento em que pagamos esse valor, devemos ser tratados com as mesmas regras impostas ao automóvel feito em solo brasileiro, ou seja, não pode haver um IPI diferente para cada um”, indica José Luiz Gandini, presidente da Abeifa.
O executivo relata ainda que as empresas correm o risco de terem seus negócios prejudicados, desestruturando por completo a operação de importação e, por consequência, a da rede de concessionárias. Além da sobretaxação do imposto, Gandini comenta que a alta do dólar dificulta o desempenho dos importadores. “Não podemos esperar até dezembro de 2017 o fim dos 30 pontos percentuais do IPI. Só conseguimos ultrapassar a cota com a cotação do dólar mais baixa. Agora, com o dólar em alta, não conseguimos sequer atingir o volume da cota estabelecida.”
Para o presidente da Abeifa, a invasão dos importados no mercado automotivo brasileiro não aconteceu e nem vai acontecer. “Nós também somos favoráveis ao amadurecimento da indústria local, mas os importados sempre serão um parâmetro importante para o mercado de autoveículos tanto no Brasil quanto em qualquer outro país.”
Quedas constantes
Um estudo realizado pela entidade revela que, em 2011, ano em que foi instituído os 30 pontos no IPI, sua 18 marcas associadas responderam por 199 mil unidades comercializadas, com 848 concessionárias autorizadas, 35 mil empregos diretos e recolhimento de impostos da ordem de R$ 6,5 bilhões. Atualmente, as filiadas respondem por apenas 450 concessionárias – incluindo as que têm fábricas no País –, 13,5 mil empregos diretos e previsão de recolhimento de impostos de R$ 2,1 bilhões.