A Ford deveria voltar a vender carros de passeio?

A Ford estuda voltar a vender carros de passeio, uma reviravolta na estratégia que tirou Ka e Fiesta de linha. A decisão pode ser impulsionada pela parceria com a Volkswagen. Saiba mais sobre o possível retorno e os desafios no Brasil.

Em janeiro de 2021, a Ford chocou o mercado brasileiro ao anunciar o fim da produção local de carros, fechando suas fábricas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE). A estratégia, na época, era clara: focar em produtos mais rentáveis, como picapes e SUVs, e operar no Brasil apenas com a importação de veículos. Modelos icônicos como o Ka e o EcoSport saíram de linha, marcando o fim de uma era.

A Ford deveria voltar a vender carros de passeio?

A decisão foi defendida pelo então CEO global, Jim Farley, que chegou a dizer que a empresa estava “saindo do negócio de carros chatos”. A ideia era apostar em veículos mais “emocionais” e com maior margem de lucro, como a picape Ranger e os SUVs da linha Bronco e Territory. No entanto, essa estratégia focada em nichos específicos pode estar prestes a mudar.

Recentemente, o presidente executivo da Ford, William Clay Ford Jr., admitiu em entrevista à revista Autocar que a linha de carros da empresa se tornou “muito limitada” e que a marca precisa ser mais “robusta” nesse segmento. Essa declaração contrasta diretamente com a visão anterior e sugere uma guinada na estratégia global.

A Ford deveria voltar a vender carros de passeio? – Foto: Divulgação

A mudança de rumo parece ter sido impulsionada por desafios na Europa, onde a Ford encontrou dificuldades com a baixa demanda por modelos elétricos, como o Explorer e o Capri EV. Concessionárias europeias já teriam sido informadas sobre a chegada de novos carros de passeio. Essa volta ao segmento de entrada, que inclui carros a combustão, pode ser uma forma de reverter o cenário e reconquistar clientes.

A velha “Autolatina” pode voltar a ajudar?

Para viabilizar o retorno aos carros de passeio de forma rentável, a Ford pode aprofundar sua parceria com a Volkswagen. A colaboração entre as duas gigantes automotivas não é novidade: no Brasil, a joint venture Autolatina marcou os anos 80 e 90, resultando em modelos como o Ford Verona (irmão do VW Apollo) e o Ford Escort XR3.

Atualmente, a parceria global já é uma realidade na produção de veículos comerciais, como a picape Amarok (baseada na Ford Ranger), e no desenvolvimento de plataformas para carros elétricos.

Essa colaboração estratégica poderia permitir que a Ford compartilhasse custos de produção e plataformas com a Volkswagen, acelerando o lançamento de novos modelos de passeio e garantindo a rentabilidade que a empresa busca.

Se essa nova fase se concretizar, o mercado poderá ver o retorno de modelos tão queridos como o Ka e o Fiesta, talvez em versões atualizadas ou até mesmo elétricas, aproveitando a expertise da Volkswagen. A pergunta que fica é: o público brasileiro, que viu a Ford deixar o país, está pronto para recebê-la de volta?


Leia também: Ford prepara retorno ao segmento dos carros de passeio e Volkswagen vai dar uma forcinha

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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