Motoristas com dores crônicas ganham desconto na compra do carro novo
ova lei permite que pessoas com fibromialgia comprem carros PcD com até 30% de desconto. Entenda o impacto da medida e os debates sobre o diagnóstico da condição.
Uma nova lei, sancionada na semana passada (27 de julho) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promete trazer um alívio financeiro significativo para milhares de brasileiros que convivem com dores crônicas. A legislação inclui portadores de fibromialgia no rol de pessoas com deficiência (PcD), permitindo que a partir de janeiro de 2026 eles possam adquirir veículos com descontos fiscais que chegam a 30% sobre o valor de tabela do automóvel.
Motoristas com dores crônicas de fibromialgia tem desconto na compra do carro novo
A fibromialgia é uma síndrome crônica que afeta cerca de 7 milhões de brasileiros, sendo 70% a 90% dos casos em mulheres. Caracterizada por dores musculares e nos tendões por todo o corpo, fadiga intensa, e frequentemente acompanhada de distúrbios do sono e problemas de saúde mental, a condição não tem cura.
A inclusão dos fibromiálgicos no grupo PcD significa que esses pacientes terão acesso a um benefício fiscal substancial. Tradicionalmente, pessoas com diversas deficiências físicas, mentais, auditivas e visuais já podem adquirir veículos com isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), ambos federais.
Além disso, a maioria dos estados oferece isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e, em alguns casos, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
Para carros até R$ 200.000, o IPI é zerado. Já a isenção de ICMS, na maioria dos estados, tem um limite de R$ 120.000; para veículos acima desse valor, o imposto é aplicado apenas sobre a diferença.
Desafios no Diagnóstico
Apesar do alívio financeiro para os pacientes, a medida gerou preocupação entre profissionais de saúde. A principal ressalva é a dificuldade em diagnosticar e mensurar a gravidade da fibromialgia.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) destaca que a intensidade dos sintomas é “extremamente variável” e está diretamente ligada ao estado emocional dos pacientes. A ausência de exames objetivos para comprovar a síndrome aumenta o desafio, levantando questionamentos sobre a justa aplicação do benefício.
Impacto Fiscal: Crescimento da Renúncia de Receita
A inclusão da fibromialgia no rol de condições que dão direito ao benefício terá um impacto significativo nas contas públicas. Dados da Receita Federal estimam que, apenas com a renúncia de IPI e IOF, o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão em 2025.
Essa renúncia fiscal tem crescido exponencialmente, saltando mais de 130% desde 2022, quando a estimativa era de R$ 671 milhões. Ao somar a dispensa de ICMS e IPVA, que variam por estado, a perda total de receita para todas as unidades da federação é estimada em aproximadamente R$ 500 milhões extras, elevando o total da renúncia fiscal para cerca de R$ 2 bilhões em 2025.
A medida reflete um esforço do governo em garantir maior inclusão e acessibilidade para pessoas com condições crônicas que impactam sua mobilidade e qualidade de vida, ao mesmo tempo em que acende o debate sobre a sustentabilidade fiscal e a necessidade de critérios claros para a concessão dos benefícios.
A inclusão da fibromialgia no PcD é um avanço ou um desafio? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.