Prejuízo e Mais Prejuízo: Trump meteu os pés pelas mãos com as Montadoras?
Prejuízo Bilionário: As tarifas de Trump prejudicaram montadoras como Stellantis, Hyundai e Volkswagen. Entenda como as políticas protecionistas impactaram a indústria automotiva global e levaram a quedas de lucros e demissões.
A política de tarifas de importação implementada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou ondas de incerteza e, para algumas das maiores montadoras do mundo, resultou em prejuízos bilionários. A promessa de proteger a indústria doméstica americana, em muitos casos, transformou-se em um tiro no pé para empresas que operam em uma cadeia de suprimentos globalizada.
O impacto dessas medidas se refletiu diretamente nos balanços financeiros de gigantes automotivas, levando a cortes de produção e demissões.
Montadoras amargam prejuízo após tarifas de Trump
A Stellantis, conglomerado que detém marcas como Jeep e Ram, divulgou estimativas preliminares de um prejuízo líquido de € 2,3 bilhões (R$ 14,9 bilhões) no primeiro semestre do ano. Esse rombo financeiro é atribuído diretamente às tarifas americanas, que impactaram a empresa em cerca de € 300 milhões apenas em tarifas líquidas.
A montadora foi forçada a suspender projeções financeiras, interromper a produção em fábricas no Canadá e no México devido a um imposto de 25% sobre carros importados, e chegou a demitir temporariamente 900 funcionários nos estados de Michigan e Indiana.
Não foi apenas a Stellantis a sentir o peso das políticas tarifárias de Trump. A Hyundai Motor, a maior montadora da Coreia do Sul, viu seus lucros caírem no segundo trimestre, com um lucro líquido de US$ 2,36 bilhões (R$ 13,1 bilhões), uma queda de 22% em relação ao ano anterior.
O aumento dos custos de marketing e, crucialmente, as tarifas americanas mais altas foram os principais culpados. A taxa de 25% imposta sobre veículos estrangeiros enviados para os EUA e outras taxas de importação continuam a prejudicar as perspectivas de negócios da empresa.
Na Europa, a Volkswagen foi outra gigante a relatar uma queda significativa nos lucros. A montadora alemã afirmou que as tarifas custaram € 1,3 bilhão (US$ 1,5 bilhão) nos primeiros seis meses do ano, resultando em uma queda de 33% no lucro operacional, que ficou em € 6,7 bilhões. Em resposta, a Volkswagen cortou suas previsões anuais de vendas, lucro e fluxo de caixa, alertando que a permanência das tarifas nos níveis atuais colocaria seus lucros no limite inferior da faixa esperada.
Montadoras se mobilizam para conter perdas
A Volvo Cars, também afetada pelas tarifas de importação, precisou reajustar suas estratégias de produção. Para mitigar os custos associados às tarifas e reduzir a dependência de importações, a empresa está expandindo sua estratégia de “construir onde vende”.
A produção do XC60 está programada para iniciar em janeiro de 2027 na fábrica da Volvo em Ridgeville, Carolina do Sul, com planos para o XC90 em outubro de 2028. Essa movimentação estratégica busca otimizar a operação e contornar os entraves tarifários.
Além dessas montadoras, outras empresas do setor automotivo e de diversos outros setores também enfrentaram desafios semelhantes. As tarifas sobre o aço e o alumínio, por exemplo, aumentaram os custos de produção para fabricantes de automóveis nos EUA, que dependem desses materiais.
Em retrospectiva, as políticas tarifárias da administração Trump, embora visando proteger a indústria americana, acabaram por gerar um efeito bumerangue, penalizando as montadoras globais e, em muitos casos, as próprias operações e empregos nos Estados Unidos. O episódio levanta questionamentos sobre a eficácia de medidas protecionistas em um cenário econômico tão interligado, sugerindo que, talvez, a abordagem tenha sido um passo em falso.
Você acredita que as tarifas de Trump realmente “meteram os pés pelas mãos” com as montadoras?
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.