Tarifa de Trump pode fazer preços de carros ficarem mais caros aqui e nos Estados Unidos
Descubra como as tarifas de Trump sobre o cobre e outros insumos podem elevar os preços dos carros nos EUA e no Brasil.
A política de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está mais uma vez no centro das atenções, com a iminente imposição de um imposto de 50% sobre o cobre estrangeiro. Especialistas alertam que essa medida, somada a tarifas já em vigor sobre aço, alumínio e autopeças, pode levar a um aumento significativo nos preços dos veículos, tanto nos Estados Unidos quanto em mercados globais, incluindo o Brasil.
Tarifa de Trump pode fazer preços de carros ficarem mais caros
A ameaça de Trump, que já impôs uma série de impostos sobre produtos fabricados no exterior, agora se estende ao cobre, um metal dúctil essencial para a indústria automotiva, ressalta o Autoblog.
O cobre é encontrado em tudo, desde chicotes elétricos e motores de componentes (como bancos e janelas elétricas) até rádios, alternadores e sistemas de refrigeração. Veículos elétricos, em particular, dependem de quilômetros de fios de cobre, tornando-os especialmente vulneráveis a aumentos de custos.
Analistas preveem que os compradores podem desembolsar centenas – até milhares – de dólares a mais por veículos novos. Estimativas anteriores da AlixPartners já indicavam que as tarifas sobre aço e alumínio poderiam aumentar o custo de um veículo típico vendido nos EUA em até US$ 2.000.
Agora, a inclusão do cobre no rol das tarifas intensifica essa pressão. Projeções de bancos como Goldman Sachs apontam para aumentos de US$ 2.000 a US$ 4.000 nos preços de veículos novos nos próximos seis a doze meses, enquanto a Cox Automotive prevê um aumento de US$ 6.000 para veículos importados e US$ 3.600 para veículos montados nos EUA.
Impacto global e efeitos no Brasil
A recente escalada das tensões comerciais de Trump não se restringe ao cobre. Cartas de tarifa foram enviadas a mais de 20 países, com novas tarifas de importação programadas para entrar em vigor a partir de 1º de agosto de 2025, caso acordos comerciais bilaterais não sejam alcançados.
Entre os países que receberam essas notificações, o Brasil enfrenta uma tarifa acentuada de 50%. Essa medida já está gerando condenação por parte do governo brasileiro, que prometeu retaliação, aprofundando o impasse diplomático.
Além do Brasil, países como Japão e Coreia do Sul (com tarifas de 25% sobre automóveis e peças), Tailândia (36%) e Bangladesh (35%) também foram alvo das novas tarifas, o que pode impactar diretamente suas exportações e, consequentemente, os custos para consumidores em diversas regiões.
O impacto é global, com analistas alertando para uma potencial queda de milhões nas vendas de veículos e um aumento estimado entre US$ 100 bilhões e US$ 160 bilhões nos custos para fabricantes de automóveis, tanto nos EUA quanto em outros países.
A cadeia de suprimentos automotiva moderna é intrinsecamente global e complexa. Mesmo carros fabricados nos EUA dependem de uma miríade de peças e metais importados. Portanto, o aumento dos custos devido às tarifas não se limitará a veículos importados, mas também afetará a produção doméstica.
Economistas alertam que essas tarifas podem não apenas elevar os preços dos veículos e das peças de reposição, mas também levar à redução das vendas, à limitação das opções para os consumidores e até mesmo à falência de concessionárias menores, gerando perdas de empregos e incerteza no setor.
A indústria do cobre já sentiu o impacto, com os preços futuros do metal subindo entre 15% e 17% para níveis recordes após o anúncio da tarifa de 50%. Como resultado, as montadoras, que muitas vezes operam com margens de lucro apertadas, enfrentarão um desafio ainda maior para absorver esses custos, o que, inevitavelmente, se refletirá nos preços finais para os consumidores em todo o mundo.
As tarifas de Trump podem apertar seu bolso na hora de comprar um carro novo. Você concorda com essa política? Responda nos comentários!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.